PAI, SEMPRE PAI (homenagem ao dia dos pais)

Recordo com tantas saudades de quando do trabalho eu chegava cansado e escutava seus chorinhos manhosos, então eu corria para perto do berço te olhava e via teu sorriso lindo ao me ver, estendendo os braços querendo colo.

Recordo os passos inseguros aprendendo a andar e quando me via apressava-se a vir ao meu encontro balbuciando: “papá!!!” Eu ficava todo derretido e orgulhoso te vendo dar os primeiros passos.

Meu coração se enchia de ternura ao te ver adormecer no meu colo com seu jeitinho meigo segurando minha mão, como se estivesse buscando segurança e proteção.

E quando fazia birra com aquela manha tão linda quando queria algo? Como eu poderia negar, se a recompensa era seu sorriso? Na medida do possível eu fazia as suas vontades porque queria te ver feliz. Eu tinha tão pouco tempo ao teu lado!

O tempo foi passando, você crescendo. Recordo-me dos primeiros tombos ao aprender a andar de bicicleta com aquelas rodinhas laterais. Sempre que caía eu te apoiava e dizia: tente outra vez, meu filho! Você consegue. Aos poucos você foi conseguindo até que as rodinhas foram retiradas e nós passeávamos de bicicletas, eu com a minha e você com a sua.

Eu te ensinei a nadar, primeiro com bóias de braço e te apoiando no meu peito e quando você ganhou confiança descobriu que era um lindo peixinho. Brincávamos juntos de nadar e mergulhar e o mar era nosso brinquedo favorito. Em pouco tempo te via competindo nas piscinas.

Recordo como você ficava maravilhado quando empinávamos pipas e você dizia: ela voa como um pássaro, pai. Eu percebia a sensação de liberdade nas suas palavras.

Recordo de cada detalhe do teu desenvolvimento. Das peladas, dos banhos de chuvas e de cachoeira, dos anos passados nas escolas, dos seus amigos, do cuidado que eu tinha em te aconselhar para evitar as amizades indesejáveis.

De repente você se fez homem. Agora conversamos sobre futebol. Seus amigos são outros e você trabalha. Muito pouco tempo tem para mim. Vez por outra me pede a chave do carro para sair com a namorada. Me fala sobre a faculdade, sobre seu trabalho e seus planos. Me pede conselhos demonstrando a confiança que tem em seu velho pai.

O tempo passou e me tornou experiente e cheio de saudades do tempo que não pude dedicar a você. Quando penso que poderia ter feito mais às vezes me arrependo de não ter sido tão presente.

O tempo te transformou no homem que você é, te deu vigor e juventude, beleza e cordialidade, gentileza e educação. É um homem feito física e mentalmente, moral e profissionalmente e quando estamos juntos ficamos íntimos e você me chama carinhosamente de “velho” mas ainda continua sendo o meu bebê.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 09/08/2007
Reeditado em 17/10/2009
Código do texto: T600418
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