Tecendo o saber

"Hoje a professora me perguntou na lição:

--- O boi é mamífero?

Eu disse que não. Então ela falou:

--- Preste atenção! Você acha que o boi não mama?

Eu não disse mais nada, soltei uma risada e tirei nota baixa.

Mas isso eu aposto que é erro!

Amanhã mesmo eu vou reclamar, pois eu nunca vi boi mamar!

Quem mama muito é bezerro!"

Autor desconhecido

Muitas vezes as pessoas costumam julgar as outras pela aparência, pela maneira de falar, vestir, pelo nível de inteligência. No entanto, nunca param para fazer uma autocrítica. No texto, por exemplo, a professora não leva em consideração o conhecimento empírico da criança, dando a ela uma nota baixa. Como se vê, o conhecimento não é único, padronizado, se divide em níveis diferentes, tornando distorcida, às vezes, a ideia que se tem do saber.

A linguística, ciência que estuda a linguagem em seus diferentes níveis(culto, coloquial, religioso, regional...), valoriza seus interlocutores nos contextos em que estão inseridos, atribuindo a eles um peso igualitário. Falar bem nem sempre significa saber mais. Assim deveria ser na vida. Valorizar as diferenças e se adaptar aos diferentes contextos é o mais inteligente!

Ranon Machado
Enviado por Ranon Machado em 24/05/2017
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