Sobre a beleza e a graça.

"O belo eleva o espírito"

Mokiti Okada

Sim, o mundo atual é horrível. Somente reconhecendo isso poderemos promover sua transformação. Mas em meio a toda a vulgaridade em que vivemos, nesse circo de horrores que é a Civilização do Espetáculo, em que as ciências, as artes e as letras perdem a vitalidade em detrimento do lazer fácil e superficial e do entreterimento imbecilizante, em meio a cultura descartável e pueril, e ao enfrequecimentos dos valores epistêmicos, éticos e estéticos face à elevação da sede incontrolável de lucro e poder, não podemos nos esquecer que o sublime se manifesta alhures. Foi nesse século que uma moça londrina desgovernada cantou como uma musa do Jazz antes de desfalecer como um anjo que não suportou a potência crescente dentro de si, que os grafites de rua de Kurt Wenner nos arrebataram os sentidos, e que Enio Morricone nos ensinou que a música erudita está viva não somente na faceta experimentalista da música contemporânea que irrita tanto quanto provoca e eleva, mas também nas doces e chorosas notas de um Oboé!