O fim
Vou sair mansamente, e não aos berros como entrei, vou sair por aquela porta desconhecida que cresce com a idade e um dia há de engolirnos todos...e saberei que não vou a lugar algum, a eternidade está somente na mente dos que ficam e são poucos a povoar nossa mente e a eternidade.
Como um homem comum vivi e assim me retiro, minha história vai comigo, sem bagagem, levo nada e deixo pouco. Sinto hoje..., pois após aquela porta nada sentirei... falta do que não fiz, carinhos que não dei, amores que não vivi, cançoes que não cantei nem compus...mulheres que não amei...cartas que não escrevi, adeuses que não dei ...pessoas que não conheci ...não vou para Pasargada reino dos poetas conclusos, não vou para lugar algum, apenas caminharei uns passos lentos que me permitem estas velhas pernas, e sem despedidas me presentearei com o silêncio...
Qualquer dia em São Paulo
Carlos Said
Por trás dos meus olhos