Juntos pela última vez...

O telefone toca e do outro lado uma voz fria, apática, uma voz na qual eu já não me reconhecia. Ela me pergunta se estou em casa como se nunca houvesse feito parte da minha rotina, quer vir até mim pra gente conversar.

Eu estava a esperar por essa conversa feito uma bomba relógio, contava os segundos finais para ser detonada.

O precipício estava ao meu alcance, pronto para me engolir. Era o início do meu outono; vislumbrar as folhas caindo amenizava um momento que na verdade foi denso. A vida começava a me violentar e eu não conseguia evitar, só pedia ao bom Deus: - Me ajude! E a vida insistindo em pisar num coração que estava frágil, despedaçado.

Conheci o Rodrigo no centro da minha cidade onde as pessoas costumavam se reunir. Passeava com uma amiga a tarde num típico dia de domingo ensolarado, coisas de cidade do interior.

Ele e o primo Robson nos viram passar pelo “point”, a lagoa. Hoje penso que lá na verdade é um brejo onde sapos cheios de astúcia usam das mais ardilosas ferramentas para conseguir o beijo doce de princesas desavisadas...

Foram atrás da gente, ou melhor, da Bruna. Haviam conhecido ela em uma festa a fantasia.

Eu?

Bom, eu não estava nessa festa, mas isso não impediu que ele entrasse na minha vida.