Proseando sobre constatações, impressões e armadilhas

Seria bom para a minha saúde, física e mental, ser sensível a ponto de sentir como as coisas vão suceder após uma escolha. Seria muito mais fácil saber quando dizer um sim ou um não. Pensei isso após a observação de alguém numa das minhas escolhas: “poxa mili, você é tão sensível em relação às pessoas, como cai nessas roubadas? ” Eu teria respondido com menos profundidade se pudesse prever inclusive quão verdadeiras são as pessoas quando nos aconselham, e o quanto elas seriam capazes de agir sem a alma também. Optei por pôr a culpa nas coisas que me encantam nos outros, fazendo-o lembrar o quanto tem gente por aí que faz bom uso de uma malícia.

Para uma semana corrida, houve tempo o bastante para bater a cara em portas fechadas e corações. Mas isso não chega a ser um lamento. Embora o meu coração - ora pedra, ora pétala - sinta cada coisa de acordo com quanto eu me enganei. E esse engano sim é lamentável. Essa coisa de sensibilidade tem sido um difícil parâmetro já que a arte de dissimular é um aprimoramento constante no mundo. Ou com toda a instabilidade desse ser que vos escreve, sentir a intenção das pessoas tem sido um sistema falho, por hora.

As pessoas fingem! Fingem afeto, orgasmos, atenção. Fingem prazer, emoção. Fingem se importar e mais uma infinidade de coisas. Já que a gente não pode prever nem mesmo um ‘futurinho’ de algumas horas, lidamos com cada sim e cada não que damos. E mais uma vez será escolha nossa a forma que faremos isso. Pedra ou pétala, não é sempre que convém.

E eu finjo que está tudo bem, meu bem.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 22/06/2017
Reeditado em 06/11/2017
Código do texto: T6034323
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