OS BEIJOS ROUBADOS NO CARNAVAL (prá quem gosta !)

OS BEIJOS ROUBADOS NO CARNAVAL !

Por: JOSÉ JOAQUIM SANTOS SILVA

BEIJO ROUBADO NO CARNAVAL

Bem amigos, aí quando chega época do ano dedicada à devassidão, a lascívidade e loucura totais das drogas, bebidas e não devemos de esquecer também da pedófilia, um dos pratos oferecidos do menu para os turisatas e de maneira consensual é claro. O Carnaval de Salvador e outras cidades carnavalescas espalhadas por todo Brasil.

Mas, se liguem que dentre as devassidões presentes nesta terrinha do mano Caetano nesse período, o que os antigos chamavam de “beijos roubados”, nós que temos cérebro e visão, chamamos isso aí hoje no século 21 de estupro ou violação da liberdade pessoal. Para as mulheres que gostariam de curtir uma folia e até quem sabe a busca por um novo amor nas ruas carnavalescas, sem que algum estranho as agarre, imobilize e meta a língua na sua boca e as mãos onde quiser.

O que é isso minha gente? Eu sou homem, quando solteiro namorei muito, já pulei muitos carnavais, mas acho essas atitude indecorosa.

Os caras estão parecendo cachorro no cio não podem ver uma mulher pela frente, quando não estão urinando pelas vielas ou ruas se exibindo, estão atacando mulheres.

Acordem animais, mulher do perfil que vocês querem, está mais fácil que pão. E estão aí

sujas, ralando até o chão dançando essa podridão chamada pagode baiano e conhecidas como piriguetes ou "vagabais". Tá ruim? Sintam-se em casa e bom apetite.

E por outro lado, ajudar uma pobre coitada direita de passagem no meio da multidão é uma missão quase que impossível. Mesmo que a polícia venha (o que seria um milagre incrível), ela já terá sofrido as agressões com manipulações e o agressor talvez vestido de "Ghandi" com o seu colar da sedução de laçar mulheres já estará em outro lugar fazendo a mesma coisa a outra mulher pensem nisso vocês que tem esposas, irmãs e filhas.

Lembro-me que em fevereiro do ano passado 2018, um babaca foi condenado a cumprir sete anos de cadeia pelo crime de estupro, por ter beijado uma moça à força ainda no carnaval baiano de 2008, levantou polêmica. Enquanto muitos se espantaram com a severidade da sentença, alguns grupos feministas comemoraram o fato merecidamente como uma grande vitória.

E o sujeito ainda recorreu à defensoria pública – querendo mudar a acusação para agressão para ser submetido a uma pena mais leve. A discussão tomou fôlego também.

Aqui em Salvador, a descaração é imensurável e se torna quase que impossível fazer valer uma lei como essa do beijo roubado ser crime. É um tal de agarra daqui, pega dali ou estica e puxa.

É um dizendo “vai buscar Dalila...”, e o outro “eu quero mais é beijar na boca...”, " é integrantes dos filhos de Ghandi se achando os donos das mulheres laçando-as com seus colares para beijar e, tome-lhe mais músicas insinuantes que o fato do beijo roubado passa a ser tão normal, que essa lei talvez nunca pegue forte no nosso carnaval baiano.

Muitas até começam com resistência, mas acabam rolando e terminam em horas de agarração. Além do mais, se a moda pega, haja contêiner para prender homens, mulheres e gays que se sentirem lesados em ter um beijo roubado no meio da folia.

Só sei dizer que longe do romantismo do cinema de antigamente, os beijos roubados causam constrangimento para quem tem vergonha.

E os cabras daqui não aprendem mesmo porque só por aqui, o Observatório de Violência contra a Mulher registrou mais de 450 ocorrências durante o Carnaval no ano passado. Neste ano, a festa vai contar com 220 observadores da prefeitura para evitar agressão, beijo forçado e qualquer outro contato físico indesejado.

Essa descaração tem que acabar mesmo porque esses estereótipos metidos a homem reforçam a imagem de que a mulher serve, única e exclusivamente, para atender aos desejos masculinos. Eles entendem o corpo da mulher como sua propriedade, perdem a noção dos limites. Ainda existe muita impunidade infelizmente. O problema é a naturalização disso e os preconceitos internalizados.

Como uma forma de combater o problema, eu como pai e marido, incentivo as mulheres a denunciarem esses cabras agressores e buscarem romper o silêncio em relação a esse assunto.

E posso até dizer que desde os meus tempos de solteiro quando gostava de carnaval, nunca me submeti a esse tipo de papel de agarrar mulher a força. Para quê? Nada forçado presta.

Beijo roubado não passa de uma agressão a liberdade pessoal da mulher.

A definição de crimes sexuais sofreu diversas alterações em 2009. O estupro passou a ter a seguinte redação: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”, com pena de seis a dez anos de reclusão. Até então, o estupro era exclusivamente a conjunção carnal com penetração vaginal,mediante violência ou ameaça. A mudança na legislação buscou proteger

aqueles que sofressem outros tipos de agressão sexual grave, inclusive os homens, que até então, não poderiam ser considerados vítimas de estupro, por questões anatômicas.

Um beijo forçado, uma “passada de mão” ou a infeliz “encoxada”, com certeza, causam grande constrangimento. E, muitas vezes, o agressor usa de violência para conseguir o que deseja. Mas, seria correto classificar tais atos como estupro? Não seria interpretar a legislação

de forma equivocada?Acho que todas essas atitudes mostram como o machismo ainda reina entre nós brasileiros. Um homem que adota tal comportamento não respeita o sexo oposto e acredita que pode impor suas vontades pela força. Não aceita um NÃO como resposta.

Entretanto, será que criminalizar comportamentos inadequados e encarcerar os agressores é a melhor solução? A cadeia é sempre a melhor saída para os males da nossa sociedade? Não acredito. O caminho, como sempre, é bem mais complexo: precisamos de mudanças profundas na mentalidade de homens e mulheres, que levem a relações mais igualitárias e respeitosas.

Outra questão importante: futuramente, sentenças como essa podem se tornar um verdadeiro “tiro no pé” das mulheres. O estupro é um crime terrível – que merece punição severa – e extremamente difícil de provar. Todos nós sabemos que muitas vítimas nem sequer dão queixa

do ocorrido porque as investigações são muito dolorosas e humilhantes. Os agressores usam quase sempre a estratégia de desacreditar a mulher, fazendo julgamentos sobre seu

comportamento, vestuário, caráter, ou afirmando que o sexo foi consensual. Um caso em que o homem é condenado por um beijo pode dar munição para a defesa de inúmeros casos de estupro. Ao ampliar tanto os limites da lei, ela pode acabar por perder sua força.

O estupro foi severamente condenado ao longo da História do Brasil e sua definição sempre foi polêmica. As Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (1707) deliberavam:”Porquanto o estupro se comete na defloração das mulheres donzelas, e o rapto se faz quando se roubam e tiram por força ou engano; um e outro são delitos gravíssimos, principalmente quando com aqueles que o cometem ficam as tais mulheres expostas a mais facilmente pecar e em perigo evidente para de todo se perderem”.

Imaginem vocês as comemorações de Carnaval a todo o vapor pela cidade e, em meio às fantasias, músicas e algumas latinhas de cerveja, outro item parece ter virado tradição nessen período: o beijo roubado. Não são poucos os relatos de mulheres que passaram pela

violência de ter que ‘ficar’ com um estranho à força. Para os abusadores de plantão, vale

tudo: puxões de cabelo, apalpadas e até casos em que a mulher é cercada por uma roda de

homens e obrigada a beijar um deles para conseguir se libertar.

O que muitos não sabem é que, de acordo com o novo Código Penal (Lei nº 12.015/2009).

Esse tipo de atitude pode ser visto como estupro, considerado um crime hediondo. De

acordo com o Artigo 213, “constranger alguém mediante violência ou ameaça a ter

conjunção carnal ou a praticar outro ato libidinoso” é punível com reclusão de seis a dez

anos de cadeia bem merecidos !

JOSÉ JOAQUIM SANTOS SILVA

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José Joaquim Santos Silva
Enviado por José Joaquim Santos Silva em 05/07/2017
Reeditado em 06/07/2017
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