O QUE ESTE “NÃO SABER” QUER DIZER?
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  Quando recebo um paciente cuja a queixa está relacionada aos problemas de aprendizagens, à priori me faço esta pergunta: - o que este “não saber” quer dizer?

 De antemão enfatizo que a clínica da infância nos ensina a recorrer a outros campos e a compor diálogos transversais, com a escola, com a família, com cuidadores, com a comunidade em que a criança está inserida, para poder compreender a dinâmica do sintoma: problema de aprendizagem - este latejante à frente, e, desta forma ofuscando o brilho da criança recuando-a um passo atrás. 

 Nesta investigação do problema de aprendizagem, contempla questões fisiológicas passíveis do sintoma, mas, principalmente uma metodologia qualitativa de releituras dos significantes que invadem o sujeito no qual encontra as possibilidades de se representar simbolicamente através do sintoma da dificuldade de aprendizagem.

   A inteligência aqui, não é posta em jogo, e tampouco mensurada em números. O que está no campo é o significado que tem o não aprender e, o aprender para o sujeito, este sim, é a linguagem a ser decifrada na metáfora posta em sintoma. Sobretudo, quaisquer construções que o sujeito faça não está a cargo do consciente, está permeada pela lógica do significante, a lógica do inconsciente.

 O sintoma do problema de aprendizagem, vem como um porta-voz, para nomear o inominável, na garatuja literal do sofrimento psíquico. No processo terapêutico o terapeuta simbolicamente segura o lápis junto ao paciente e a dupla, descobre que através de alguns riscos feitos no papel, uma letra ou um número pode se formar provocando um sentido. O lúdico assume uma categoria exemplar para nomear as coisas e dar ouvidos ao inaudível, provocar voz naquilo que ficou tamponado.

O vínculo afetivo – a transferência é o pilar que sustenta a relação dual (terapeuta e paciente) e recria um modelo, um objetivo para a aprendizagem se revelar mais clara, mais saudável, lúdica e natural.
 
 
Águida Solange Costa Hettwer – Psicóloga Clínica CRP 07/26496
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