Confissões de um Presidente: Um Discurso Fictício de Índole Atual

Bom dia, gostaria de contar uma breve história, uma história sobre planejamento, minha história de quando tive o poder.

Ao longo de muitos anos procurei me tornar presidente do meu país, e durante esse tempo, lutei, arquitetei vários planos, me uni a apoiadores certos e consegui o suporte da massa, dos pobres.

Quando cheguei ao poder, prometi que em meu governo os pobres cresceriam, a fome acabaria, e novas oportunidades surgiriam. Fiz, fiz e fiz novamente, os pobres tiveram prosperidade, houveram avanços em diversas áreas e o povo passou a me idolatrar e o fazendo ainda hoje.

Foram dois mandatos maravilhosos aos olhos da massa, eu atingi pontos muito elevados de carisma, era algo que, ao mesmo tempo que me surpreendia eu já esperava, pois tudo seguira de acordo com meu assíduo trabalho, o legado planejei.

Agora começo minhas confissões:

Em meu governo eu quis o crescimento do meu país e do meu povo sim, mas por detrás disso, arquitetei de forma veemente meu plano, que se fez um caminho maquiavélico, onde nele busquei meu benefício e o de minha família, como todo mundo em sã consciência faria, pois nunca queremos o mal a quem primeiro nos ama e dá suporte. Nesse caminho usei de meios impróprios, racionalizei as minhas ações e menti para meu povo. Sim, menti para aqueles que me colocaram no topo, usei do dinheiro deles, o dinheiro que tanto batalham, o recurso “suado” fruto de seu trabalho, onde gastam sua vida para dá-los à pátria com os impostos.

Também usei de dinheiro ilícito de minhas parcerias, que também incluem minha família. O fiz no intuito de me beneficiar e beneficiá-los em contratos que ferem a lei, desviando grandes recursos financeiros no que tangem à tributação de meu país.

Trouxe estabilidade ao mercado, mas no meu pós mandato eu trouxe instabilidade.

Com o desacobertar dos fatos que dizem a mim, eu não ficaria sozinho, eu quis causar um estardalhaço popular, e isso foi o pior ou o “melhor” que fiz.

Em meus planos eu havia pensado em tudo. Ganhei o povo, ganhei os pobres, e ainda que os roubasse, me protegeriam por ter feito bem e dado oportunidade a eles, eu teria onde me acobertar, e hoje isso acontece de uma maneira única, pois graças a parte do meu trabalho, todos tem acesso à tecnologia da informática. Criei uma geração de formadores de opinião! Todos tem seus computadores em casa e celulares com acesso à internet para expressar o que pensam.

Me perguntam se eu acho que cumpri meus objetivos, eu digo que sim e que não. O sim, é porque tenho o povo a meu lado e consegui implantar o pensamento e a doutrina econômica vermelha com os ajustes que fiz, assim me beneficiei e ainda tenho muitos a meu lado, e o não é porque não reassumi a presidência da república.

Termino meu breve discurso com humildade e uma mensagem para o povo: Eu clamei que governo é do povo e ele deve decidir tudo, mas as rédeas devem ser dadas a mim! Façam de minha voz a sua voz!