Parece que a amizade não acaba, ela morna, esfria e parece até perder o vigor, mas não acaba.

Irei compará-la a uma planta que em sua raiz há uma batata. Posso compará-la também a uma planta em um jarro. Por falta de paciência compramos outra, já que a primeira parece morta. A planta que compramos é bela e nós a mantemos bem vistosa sobre a mesa. Todos que chegam mostramos com alegria e sorrisos, como um troféu. Gabamos de sua beleza, vigor e jovialidade. Mas o tempo traz a seca, o sol traz seu calor e as noites sem a brisa trazem o sufoco. Então, a plantinha bela e vistosa simplesmente amanhece feia. As folhas caídas e um seco no jarro anunciam que o brilho acabou e a beleza se foi. Corremos para fora com a plantinha nas mãos para deixá-la ali porque dentro de casa não da mais. E isso foi para evitar que ela tirasse o brilho do forro que está sobre mesa.

Qualquer pessoa que chega e pergunta pela plantinha damos a mesma resposta – morreu. Eles nos enchem de perguntas: - Esqueceu de colocar água? Colou água em demasia? – Não, é a resposta.

Mas não tendo paciência de esperar acabamos jogando o jarro no lixo e esquecemo-nos dela.

O tempo passa e um dia alguém bate em nosso portão e faz a pergunta: - Lembra dela?Ao olhamos aquele jarro na mão da vizinha sorridente respondemos: - Parece familiar, mas não lembro bem. Então ela responde: - Aquela flor que você jogou fora, não te disseram que a raiz dela na verdade é uma batata? Ou seja, ela morre apenas de aparência, mas debaixo da terra fica esperando o tempo de florescer.

Às vezes não conseguimos ver a vida no jarro, mas no coração a terra trabalha pelo amanhecer de suas folhas e flores.

A terra devolve ao jarro vida como um troféu e por ter conseguido nos dar uma lição de cuidado e conhecimento. A planta volta a florescer e olhamos indignados conosco mesmo e do porque deixarmos aquilo acontecer, do porque não descobrirmos antes o valor de um simples jarro de flores que são de batata e não apenas raízes frágeis.

Assim são as amizades por nós deixadas em uma lata à beira do caminho por algum motivo. Elas não estão mortas, apenas suas batatas estão ali esperando o tempo e cuidado certo para florescer.

A verdadeira amizade não depende de ficar o tempo todo se olhando. Ela pode até deixar de florescer seja por motivos banais ou sérios. Mas o cuidado vai nos mostrar que podem renascer belas e cheias de orgulho.

Sempre valerá a pena investir na amizade perdida ou aquela deixada a beira do caminho e esquecida em um canto da sala por não mais florescer.

Não jogue fora uma amizade por não estar mais vendo aquela beleza que você julga ser necessário. Deixe a raiz descansar no tempo dela e deixe a água fazer seu trabalho de vida. Deixe a terra mostrar do que ela é capaz, porque assim como há um tempo para todas as coisas, também há um tempo para as amizades renascerem.

Aos amigos.

Vale lembrar a vida;
Vale sempre sorrir;
Vale sempre correr atrás.

Não há tempo determinado para fazer nascer uma grande amizade, pois são de grandes amigos que nascem os grandes e verdadeiros amores. Mas são amores que não envolvem corpo, e sim a alma, vida, sonhos e sorrisos.