Carta p/ Conexão 300

Travando um diálogo com o Jornal Conexão, encontrei-me entre um fogo cruzado. Pois! Quando Valter Silva convidou-me para ser um dos colunistas de seu jornal fiquei surpreso e ao mesmo tempo entusiasmado. Pois! Naquela época eu quase que escrevia somente para mim e me sentia muito orgulhoso dentro dessa realidade.

Eu não conhecia Valter Silva, nunca havia conversado com ele. Hoje sei que ele é realmente um garimpeiro das notícias da vida como ela é. Trabalhei no Rio de Janeiro de 1984 há 1996. Devido trabalhar no eixo Botafogo, Copacabana, Ipanema e Leblon inevitavelmente bati de frente com a favela da Rocinha (a capital nordestina dentro do coração do Rio de Janeiro).

Pronto! Becos, vielas e grandes labirintos retorcidos nos despenhadeiros. Os nortistas chegaram para ficar e formaram a geração “carinorte”, pronto! Devido não haver espaço para os repentistas ali criaram e deram asas ao Rap e ao Funk.

Quando a imitação vai longe demais perde-se a identidade. Retratos de uma época. Eu havia feito uma crônica sobre a Rocinha e foi meu primeiro trabalho que mandei para o Jornal Conexão.

Pronto! Lá se foi minha invisibilidade, se fosse hoje eu teria mandado um de meus contos, pois as crônicas dependem de muitas pesquisas e habilidades com as palavras, mas as pesquisas enriquecem a criatividade.

Hoje não tenho mais como escrever para mim. Escrevo somente para os nossos leitores. Valter Silva apostou na cultura e arrebanhou uma multidão de amigos fiéis.