hIstorias da Vila - Mães de todos

Historias da Vila

Mães de todos

Passado o dia das mães, onde quem tem comemora e quem não tem relembra, vemos o quanto Deus é generoso, porque de onde ele tira algo, ele provém de alguma outra coisa, e assim ele faz com o pobre que é totalmente desprovido de bens materiais, más em compensação é rico em generosidade, solidariedade e atenção com aqueles que dividem com ele as agruras da vida.

E um exemplo claro é o amor de mãe, que além de amar os seus filhos biológicos, ainda sobra amor para dar àqueles que fazem parte de suas vidas, e isto era normal na vila, onde facilmente se ouviam expressões comuns, como minha mãe preta, minha mãe branca ou minha segunda mãe, simplesmente porque aquela comunidade era uma grande família.

Como não tem espaços para relembrar de todas vamos comentar sobre aquelas que tiveram mais próximas deste que vós narra.

Sua casa parecia que não tinha fechadura, pois estava sempre aberta, seu fogão a lenha nunca se apagava, ali não tinha luxo, más ela fazia questão de estar sempre dividindo sua comida com qualquer um que ali estivesse, esta era a dona Araci, que engordava seu capado durante o ano e no natal dividia com os vizinhos.

A dificuldade em cuidar de uma família numerosa nunca fez com que a Dona Maria do Sr. Geraldo, perdesse a calma, a mansidão e o sorriso para com aqueles que a procurava, foi para nós um grande exemplo de aceitação e persistência diante dos problemas da vida.

Alguém tem que botar fogo neste boteco. E isto tem que ser feito com alegria, e alegria é o que não faltava para a Dona Terezinha do Sr. Zé, minha madrinha, não dispensava uma cerveja, más fazia questão de nos ensinar através do exemplo, que a responsabilidade, o trabalho podia andar junto com a alegria e a diversão.

Do alto de sua negritude com expressão fechada ela era uma líder nata, trabalhadeira sempre correndo atrás de ganhar alguns trocados, ela lavava,passava,trabalhava de camelô enfim de tudo aquilo que dava para gerar dinheiro, gostava de respeitar as datas comemorativas, se era semana santa ela comprava 100 grama de bacalhau e colocava em 2 kg de batata, se era páscoa, ela comprava 01 ovo de páscoa e dividia com todos nós, más ela não deixava passar em branco. Esta era a Dona Lídia, também muita alegre e sempre envolvida em atitudes de ajuda e socorro àqueles que estavam em dificuldades.

Assim como elas havia a D. Esmeralda, D.Lia,D. Terezinha do beca. Madalena, Dona cota, D.Edite,D. Conceição. Amélia, Dona Bil e tantas outras, a quem todos nós devemos render as nossas homenagens e agradecer a Deus por ter colocado em nossos caminhos estas pessoas que de alguma forma colaborou com as nossas formações.

Charles vagner