O que eu sei sobre você

Talvez você se reconheça, entre um trecho e outro dos meus poemas.

As coisas ficam subentendidas, acredito.

Eu ainda tô tentando criar coragem de ir até a rodoviária e pegar o proximo bus até você.

Parece longe, mas minhas lembranças estão cada vez mais perto de momentos que nem sequer, existiram.

Confesso, às vezes sou inconstante. Mas é você, que me deixa assim.

Tudo se estagnou desde que eu comecei a te enxergar. Te enxergar de um outro modo, sabe?

Meio introvertido. Na sua. Poucos amigos.

Coração sincero, bobo e digamos assim, amador. Poucos casos, muitas histórias.

Quer saber? Tens a alma tão linda.

Sinto que eu te conheço, mas não sei de onde, quando e tampouco sei dessa nossa aproximação intensa.

Lembro de você às vezes ao deitar. Ou quando eu vou tocar uma música.

Os dias aqui são simples. Cidade pequena. Sabe como é, não é?

Poemas, relâmpagos, dias chuvosos.

Os pássaros cantam as seis horas da manhã.

Café no coador. Banho de sol no jardim.

Calmaria. Trem, sem ciclovias.

Praia? Que nada. Aqui é mato, cachoeira, estrada de terra.. Sem dessas coisas de tecnologia.

O despertar do povo aqui é cedo.

Afinal, você entende a vida do interior.

Gente que não tem vida corriqueira, que não tem hora, nem despertador.

Gente que quando ama, ama genuíno. Cheio de sonhos, de amor.

Tu tens uma coisa que me admira, tu tens algo que me aproxima.

Pode não entender de poemas ou escritas, mas de alguma forma entende de algo que eu ainda não sei.

abraços. Tenho certeza que entende de abraços. Daqueles meio apertados, acolhedores.

Tenho certeza que tu da abraços acolhedores.

Estou confusa agora.

Será que ainda há tempo para o próximo busao?

Eu não sei sobre o tempo. Não tenho horas,

Mas sei que a vida aí na cidade tem relógios.

E eu não sei se você me assinou na sua agenda.

Caroline Pires
Enviado por Caroline Pires em 03/08/2017
Reeditado em 04/08/2017
Código do texto: T6073571
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