VOCÊ ME CONHECEM? NÃO?

Oiii! Vocês me conhecem? Não! Na realidade, nem eu me reconheço mais, tantas foram as mascaras que usei, não é falsidade, nem mau-caratismo, não apenas necessidade de sobrevivência.

Um dia acordei e tinham instalado a republica, que, que é isso? Não sei se eu queria ou precisava disso, sempre trabalhei duro pra me sustentar e aos meus, não sei se vai ficar melhor, ou pior, porque de tudo que eu ganho, sempre a maior parte fica com eles, não importa quem esteja comandando, dizem que os impostos são importantes, não sei pra quem, pra mim nunca foi, o dinheiro que tiravam de mim, sempre foi usado a minha revelia mesmo.

Servia para fazerem aquelas festas luxuosas, regado a champanhe Francesa, a caviar, tudo do bom e do melhor, depois virava putaria, era um deus nos acuda, toda aquele libertinagem no reino, enquanto eu, comia o que tinha, quando tinha, com essa tal de republica, tentaram me convencer que seria melhor, que assumiria um tal de Marechal, hii! Pensei comigo, vai dar merda, esses camaradas enfardados, cheio de medalha, metido a besta aonde chegam estragam a festa.

Mais assuntei daqui e dali, me contaram que o tal marechal, era gente boa, que estava imbuído de boas intenções, que sem duvida melhoraria a minha vida, que eu poderia escolher quem seria meu governante, que teria mais saúde, mais educação, se era assim, então, acreditei.

O tempo passou, minha vida em nada mudou, pelo contrário só piorou, mais continuei acreditando não tinha remédio, precisava acreditar em alguém, de tempos em tempos vinham alguns e me enxiam de promessas, me davam uns agrados e iam, depois cobravam caro, foram tantos que passaram depois desse Marechal, cada qual, mais imbuído de boas intenções, mais como aprendi desde cedo, que de boas intenções o inferno está repleto, sempre botava minhas barbas de molho.

Qual a merda que esse fulano pretende fazer, como diziam pensando no coletivo, agiam em causa própria, até que chegou um e me deu grande esperança, criou uma tal de CLT, mais uma vez fui terrivelmente penalizado, impôs suas vontades e eu, perdi meu emprego, tudo isso porque uma meia dúzia de três ou quatro, achavam que eu não merecia esses direitos, de tudo fizeram pra me prejudicar.

Interessante que lá atrás, juntaram grandes vultos da história e elaboraram uma carta, onde jaziam meus direitos e deveres, cumpridos regiamente por mim, meus deveres, minhas obrigações, meus direitos é uma piada, nunca os tive, embora adquiridos, por ser um cidadão, não tinha escola, escola pra que, dar asas para o burro eles não vão voar mesmo, assim como estão ficam mais fácil de controlar, nunca tive um serviço digno quando ficava doente, tratado a revelia, porque se dar ao luxo de tratar esse moribundo, vai morrer mesmo, será um a menos a nos causar problemas.

Segurança, nunca tive, serviços básicos eram luxos que não me faziam jus, deixem-no a mercê da sorte, pois só os fortes sobrevivem, sobrevivi, a rebalde de minhas necessidades fui em frente.

Segui meu destino, um simples número, uma estatística, só procurado em momentos distintos, ai eu passava a ser um cidadão, gozando de plenos direitos, que nunca passaram de um dever, pois sou obrigado a votar em alguém, que nas manobras do poder, e seus cocientes eleitorais dão meu voto a zé ruela qualquer que se autodenomina, meu representante.

Mais uma vez sou aviltado, tolhido do direito de escolher meu representante, os partidos abundam por ai e minha bunda, sofre as consequências, mesmo com tudo isso, não me dobrei, me fingia de morto, só esperando o momento certo.

Mais uma vez acordei e os generais e suas tropas assumiram o poder, diziam ser transitórios, meus direitos que sempre foram escassos acabaram de vez, tantos foram os atos institucionais jogados em minha cara, fui repelido, repreendido, acossado, procurado, torturado, morto, por nada, não precisava fazer coisa alguma, bastava um desafeto, ganhar poder sabe-se Deus porque e eu era tratado como traidor, me impingiam um ideal que nem sabia direito de que se tratava.

E o transitório perpetuou-se no poder, mais quando nem os tais generais acreditavam mais naquilo tudo, orquestraram uma saída honrosa, pressionados por forças mais estranhas, das que os colocaram no poder, na surdina criaram um salseiro, mais uma vez acreditei, me empolguei fui as ruas gritava palavras de ordem, diretas já, diretas já, diretas já, sê formou um consenso nos bastidores e elegeram um civil, que quis o destino não assumisse o governo, mais assumiu seu vice, não sei se foi melhor ou pior, mais alguma coisa mudou em mim, um sentimento de civismo, a pseudo conquista me fez orgulhoso, ver novos heróis, defensores dos oprimidos surgirem, isso aqueles mesmos que antes, rogavam a deus e oravam pelo diabo, mais fortalecido pela falsa sensação de liberdade, tinha novamente que acreditar não tinha remédio.

A euforia era geral, a mídia incandescida, circulava seus matutinos com editoriais chamando pra si a responsabilidade, daquele momento, as TVs se firmavam no gosto do público, uma nova era da comunicação, no embalo foi forjando e esculpindo seus prediletos, mais no seio do povo “que piada” surge um novo herói, como eu criado no chão das fábricas, líder nato, assumiu a responsabilidade de me representar, não conseguiu e um desses jornalistas ávidos por seus momentos de fama, criou uma celeuma, trazendo à tona um deslize de nosso herói, colocando sob seus pés um cadafalso que o fez malvisto.

Outra vez fui traído, aboletou-se do poder um que se dizia ter quilo roxo, caçador de marajás, queria tudo só pra ele, traiu seus admiradores, em todos os sentidos, novamente me vi manipulado, pintei minha cara, fui pras ruas, novamente as palavras de ordem, fora Collor, fizeram coro, ele saiu, julgado e condenado, só que quem pagou a pena fui eu, sem direito a sursis.

Arrebalde veio aquele senhor simpático, o do topete, polêmico mulherengo, apaixonado pelo fusca, ganhou até uma versão com seu nome, Itamar, mar eu já estava, não podia ficar pior, nesse ínterim um grupo, ou melhor, vários grupos de economistas e estudantes bolavam seus planos econômicos.

Apresentados os planos ao mandatário mor, foi escolhido um, não sei se o melhor, mais o mais viável naquele momento, para colocá-lo em prática, foi convocado um senador que teve seus méritos como político, mais naquele momento, totalmente esquecido, embora tentem dizer que não, se o plano não vingasse ficaria o dito pelo não dito, entre mortos e feridos sobreviveriam todos, mais um bode expiatório, como tantos outros, pagaria a conta.

Não é que deu certo, desses dividendos políticos muita gente foi contemplada, foi o ápice da democracia, foi um ufanismo geral, todo mundo se dando bem, mais uma vez em nome do coletivo, se fez besteiras, a rigor beneficiando os mais ricos enquanto os pobres cada vez mais pobres, chafurdavam na lama, eu cansado de pagar a conta quis mudar pela primeira vez consegui, aquele nosso herói, forjado na luta sindical, meu contemporâneo, assumiu com a promessa de mudar o Brasil e coisas nunca antes visto neste país, aconteceram, a miséria recuou, surgiu uma nova classe média, outra classe também evoluiu e muito, as dos corruptos, mesmo assim cortejado no exterior, por todo lugar que passou, Brasília..., ali era seu refugio, local pra descansar, jogar sua pelada, tomar suas cachaças, e...

Nosso herói por mérito se fez, fez muitas asneiras também mais no geral, somando-se as medias, nota seis ou sete o suficiente pra ter o direito de ficar mais quatro anos por lá, ou por ai não sei, continuou a fazer, outros tentaram derrubá-lo e não conseguiram, pra provar sua força, deixou em seu lugar uma pupila, que contrariando seu mestre impingiu seu jeito de administrar, só não contava que as besteiras dos seguidores de seu mestre viesse à tona tão cedo, sobrou pra ela apagar essa fogueira, se conseguiu só o tempo dirá, mais das maiores besteiras, do antecessor, não sei se por paixão, ou demagogia, em contato com duas das instituições mais honrada e acima de qualquer suspeita, concorreu e venceu, trouxe para o Brasil a olimpíada, a copa do mundo, com a promessa de não usar dinheiro publico, me engana que eu gosto.

Gostava, me fingia de morto, era manipulado, aviltado em meus direitos, um dia sem mais nem menos me revoltei, sem liderança apenas reivindicando o que é meu de direito, sai as ruas, bradava desencontrado minhas reivindicações, nem era preciso expressá-las, estava na cara meu descontentamento, cansei de ser manipulado.

Oii! Muito prazer me apresento de novo, sou o povo brasileiro, demorou mais acordei, espero não ser apenas, um chiste, deixemos as comédias aos humoristas e as falácias aos políticos, pois facécias tem hora.

Puts outra vez fui enganado tanto fizeram que impitimaram a presidanta Dilma ficando o vice em seu lugar mais entraiado na sujeira que a própria eleita aaiii, a oposição virou situação, pois também tinha seus pés atolados na lama palaciana.

É não tem mais jeito, continuarei usando as mascaras e uma incerteza me coroe onde estão os homens de fé, os imbuídos de boas intenções, as pessoas de bem desta terra, não, não existem mais, não existem homens de honra, estou decepcionado com a politica, com os políticos, eu que nunca acreditei no sistema que a várias e várias décadas esta falida, entra e sai governantes e o povo continua na mesma.

Vamos nos revoltar povão e partir pra inteligência, não elejam ninguém ,votemos nulo, vamos mostrar pra esses parasitas mumificados que o povo unido sempre foi forte.

Ou morra com as mascaras da ignorância estampada em seu ser.

Kduborges
Enviado por Kduborges em 23/08/2017
Código do texto: T6093003
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