AS VOSSAS DORES

É com profunda emoção que venho falar-vos do presente que o Pai oferece aos filhos e que, muitas vezes, ele não é compreendido. E muitos perguntarão: Que presente o Pai ofereceu ao filho e ainda mais vindo deste Pai amoroso, misericordioso e justo que é Deus e que não é bem aceito pelos filhos?

E eu vos digo: É o presente da dor.

Se todos recebessem a dor como recebem um buquê de rosas, ao invés de sofrimento apenas, todos sentiriam na dor a presença do amor divino e do perdão misericordioso do Pai. Mas, a grande maioria quando recebe o presente da dor, apenas sente o machucar por ferirem os espinhos, esquecidos da maciez das pétalas, do perfume; dor só tem beleza; dor tem perfume; dor só tem espinhos.

Pois eu vos afirmo que não, pois muitas dores, presentes do Pai eu recebi e digo que são presentes, porque através das dores é que nos libertamos, que, conquistamos o grande mérito de sermos livres dos nossos débitos, das nossas ignorâncias, de nossos erros, libertos das ervas daninhas, do orgulho, da vaidade, do desamor e, alguns de vós, até poderiam questionar mais uma vez.

-“Ah! Comigo, quando as dores me chegam aceito-as com resignação. Peço mesmo ao Pai que me dê as dores para que eu possa logo me libertar.”

Mas quando as dores chegam para vós, irmãos queridos, através do sofrimento dos vossos entes queridos, dos vossos irmãos, dos vossos filhos, dos vossos netos, que direis então?

Vos direis: “A dor é incomensurável, é como se um punhal estivesse cortando a minha carne, o meu coração.” E, aí, muitos já até pensam, neste momento, que somente eles trazem consigo aqueles débitos pretéritos, ou mesmo adquiridos nesta vida, e se admiram como um Pai permite que chegue ao filho querido tal sofrimento? E mais uma vez eu vos digo: O Pai é misericordioso, Ele jamais permitiria que um filho carregasse uma cruz mais pesada do que a sua capacidade física, moral e espiritual.

Se a vossa dor neste momento e imensurável é porque já estais preparado para recebê-la. Se o vosso buquê é maior do que o do vosso vizinho é porque vós já podeis receber este presente bem maior do que o dele, que não tem a mesma compreensão, e que não se encontrou, que não abraçou a Doutrina, que vos mostra o porquê das dores, como vencê-las, como aceitá-las. Então, ao invés de deixar a vossa cruz entrar em contato com o chão arenoso que faz com que a cruz se enterre cada vez mais e se torne mais pesada, abraçai a vossa cruz, mais vigilantes, como abraçais o buquê de rosas, sentindo o perfume do amor e do perdão, Divino, para que a revolta não se transforme em espinhos. E vereis, então, que a vossa cruz tão pesada, tão doída, vai-se transformando pela vossa vontade.

A vossa cruz é de luz, basta sacudirdes esta poeira, esta terra que impede que a vossa cruz brilhe. Lembrai sempre que sois filhos de Deus. Deus criou todos iguais, não distinguiu ninguém, todos têm o germe do bem, do amor, da perfeição dentro de si.

São essas sementes que necessitam realmente cair nesta terra fértil que é o nosso coração, regadas pelas lágrimas, mas não lágrimas de revolta; lágrimas de compreensão, de aceitação, banhadas pelo sol da verdade, através da vossa prece, através do vosso amor.

À você, irmã querida, que as rosas do amor e do perdão se desfolhem em chuva sobre o vosso coração.

Jaubert
Enviado por Jaubert em 16/08/2007
Código do texto: T609405