RELAÇÕES FAMILIARES E FRATERNAIS: HOJE, PURA UTOPIA

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Segunda-Feira, 4 de Setembro de 2017

    Já por algumas vezes aqui neste mesmo espaço, fiz referência à inteligência humana. Penso que isto é fantasioso. Os modos e expressões dos humanos não deixam nenhuma margem para essa percepção, porque fazem coisas que até o diabo duvida, para usar usa expressão popular.

   Mas a que se pode atribuir tais e tantas coisas? É óbvio que essa indagação possui uma gama de respostas. E todas elas de cunho muito crítico, nem há dúvidas. Mas pode-se atribuir ao individualismo. Por desdobramentos, ao egocentrismo que cada um de nós produz nessa nossa existência, o que causa transtornos a todos. Aos próprios agentes e aos atingidos por suas ações.

   Por exemplo, peguemos a família como base para relatarmos alguns dos empecilhos que encontramos na vida. Alguém cunhou uma afirmação onde diz: "família, criação maravilhosa de Deus". Será que isso representa a essência da verdade? E esta é outra indagação muito complexa para resposta, porque são nelas onde se dão e se veem mazelas sem fim.

   E no atual tempo em que vivemos, esta desintegrou-se quase que totalmente. E nem se precisa falar sobre as novas relações familiares e seus atuais membros, porque foge totalmente às práticas, costumes e comportamentos de outrora. E a própria perpetuação da espécie corre sérios riscos de continuidade, bem como  já não há nenhum interesse nesse aspecto, porque já andam nascendo humanos em laboratórios.

   Sob o cunho religioso, a humanidade é composta por irmãos. De consanguinidade ou não, apenas fraternal. Mas que todos devemos amar uns aos outros, sem restrições. E nem é necessário aplicar-se tanta profundidade nisso porque sabemos que funciona só em teoria. Na prática a coisa anda passando longe desse foco.

   Um dia desses recebi uma mensagem através do Facebook onde li assustado o seguinte: "troco alguns parentes ou amigos por bola de gude, figurinhas ou algo do meu interesse. Os interessados podem mandar o endereço que entrega-se nele diretamente, sem custos". É claro que isso é só uma brincadeira de alguém que tem a sensibilidade apurada, a ponto de já ter percebido a frieza entre todos.

   Para quem já está na terceira idade, fica até fácil, de certo modo, entender melhor essas coisas, porque no século passado, dizia-se que o mundo ia ser dominado pelos robôs, as máquinas, o que já podemos ver e constatar da veracidade dessa afirmação. E seja lá quem a lançou, sabia muito bem do que estava dizendo e prevendo.

   Basicamente já não existe respeito entre as pessoas. As relações são, sim, frias e insensíveis. O interesse econômico, pecuniário, profissional e até pessoal, denotam a indiferença entre todos. A ponto de a própria morte ter se vulgarizado. Porque anda-se matando dentro dessa frieza e dessa insensibilidade de uma forma absurda.

   E quando diziam que o mundo acabaria, já era uma premonição do que estamos vendo hoje. Claro que isso foi e é uma situação metafórica, mas que carrega nuances profundas de que o mundo bom e legal em que vivíamos até certo tempo atrás, acabou sim. Daqui para a frente, estamos vivendo em outro.

Esse, para as gerações mais novas, que já nasceram dentro dessa modernidade e novidade. Os mais velhos, só lhes cabe uma caixa de madeira, guardada a sete palmos de profundidade num campo santo, como se dizia antes. E olhe lá.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 04/09/2017
Código do texto: T6103901
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