Afluente

Tempo nublado, pessoas que passam. Carros, buzinas, caos, sangue, assassinatos. Um dia corrido como correm as palavras. Amores perdidos, dor no peito, o esforço para respirar. Inclino-me mais ao vomito, a vertigem, a náusea. Correm as palavras e o tempo para, observo os transeuntes, vejo seus anseios, vaticino o futuro. Corro e me estrangulo, me vomito, me mato. Estou estagnado. Carros, buzinas, caos,...já disse tudo isso, correm as palavras.

Eu estou aqui ainda, com o corpo cansado e a mente fadigada. Quero o álcool, esquecer de mim. Me vomito e me vejo como eu sou. As palavras correm. Eu corro.

Corro de mim mesmo e me encontro dilacerado. Vejo-me! Epiderme, sangue, pus, dor, sofrimento, angustia, solidão, apatia. Rio, mar, areia, terra! Corro de ti. Corro, choro, berro, grito. As palavras correm até de mim. Estou morto, mudo e corro...

Rodrigo Sanchez
Enviado por Rodrigo Sanchez em 17/09/2017
Reeditado em 17/09/2017
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