O MUNDO COMO BARRIL DE PÓLVORA (Likes of my life)

Sim, a gente pode ter essa ideia: fale somente daquilo que te agrada, não daquilo que você não gosta. Ajuda a melhorar o mundo e tal, tal, tal.

Ok, entendo. Normal. "Não vamos criar mais atritos, não vamos ferir os outros; reze, ore, peça paz, nam myoho rengue kyo, namastê, gratidão, oxalá e as porra toda".

Mas quero fazer uma abstração importante e que nos leva para um outro âmbito de discussão. Podemos falar de política? Peraí, irmão, guarda essa faca! Ei, abaixe essa cadeira! Vou falar rapidinho!

Se eu falo Fora Temer, supõe-se que eu não gosto de quem me preside, que não concordo com nada que vem do Presidente e a sua cúpula. Outras pessoas podem achar que sou um esquerdista obcecado por essa ideia de GOLPE (sim, tem gente que fala isso, inclusive, um artista que já admirei mais). E eu vou deixar de dizer Fora Temer???

Sigamos em discussões: aí uma figura de renome internacional que apoiou o GOLPE ("não foi golpe, isso é asneira" podem dizer, assim como já disseram: "Não houve ditadura no Brasil") agora se choca com o que estão fazendo com a Amazônia. Mas ela esperava o quê? Abraços e carinhos com os brasileiros, cestas básicas distribuídas na porta dos mais necessidades uma vez por semana?

Afastaram uma presidente claramente sem provas ("Lá vem você com essa imbecilidade sem tamanho" - já estou ouvindo essas vozes zumbindo em meus ouvidos) e já vimos políticos falarem claramente sobre isso. O Brasil caminhava para um determinado rumo e se a oposição não concordou e não queria seguir desse jeito, eles tem em suas mãos o direito de armar o circo e fazerem o que quiserem no picadeiro. Comprar votos! Matar (opa, assunto sério esse!). Armar estratégias para ganharem tempo e fugirem da justiça. Tudo isso e muito mais... Caramba, já avancei demais nisso! Tô vendo você bufando daqui, irmão!

É, temos o direito de errar, de opinar. Podemos não estar certos. E hoje, esse negócio de redes sociais é facilitador da propagação de uma opinião, de uma ideia. E também de uma aberração, de uma Fake News. Bem vindos a nova era Black Mirroriana, Irmãos!

No entanto, você pode falar de N coisas, de forma positiva. Pode divulgar uma campanha sua que precisa de adesão, pode pedir likes para concorrer em uma promoção, pode falar de amor com alguma imagem bonita... E isso GERALMENTE passa batido. Agora em um desses momentos seus "postativos", você pode expressar alguma opinião sobre algo polêmico, aí prepara o guarda-chuva: vai chover na sua cabeça, amigo! Mas vai chover muito. E até granizo, se bobear. É um disse-me-disse, um "não queria nem comentar isso, mas vou fazer...", etc e PAU.

Aí você escolhe se se explica, se aceita, se rebate, se ama, se foge, se cala...

Postar e correr, quem nunca???

Vivemos um mundo que é quase como um barril de pólvora. Às vezes, a gente acende o pavio. Em outras, jogamos o barril no mar. Em dias especiais, conseguimos transmitir coisas boas. Em dias em que tantas notícias nos machucam, podemos ser também como o cavalo de rodeios que dá coices sem parar porque está com uma tira de couro, apertando a sua bolsa escrotal. E com dor, a patada é certa!

Sei que viver não está sendo nada fácil. Sei que muitos fingem se importarem. Sei de muitas pessoas que não suportam as injustiças da vida. Tudo o tempo todo na sua cara, em sua volta. Você escolhe fugir ou participar deste pinel generalizado.

É, a vida pode ser mais fácil. E somos nós quem escolhemos os rumos da nossa vida. O que sei é que é bem complicado suportar determinadas coisas diariamente - como se fôssemos nocauteados a cada instante. E pegamos o que nos incomoda e guardamos, e depois acabamos lançando isso em uma coisa tão pequena, que toma proporções que nem imaginávamos que teria. Explico: é como você receber uma injustiça do teu país que afeta a tua vida. Você sofre e se cala. Aí, no seu dia a dia, na sua vida a dois, por exemplo, você acaba sendo também injusto com o seu parceiro ou parceira, dizendo coisas que você estranha que estejam saindo da sua boca. Entende? Você reproduz a injustiça que vê, que sofre. É como os filhos que reproduzem a ação dos pais.

Vivemos este ciclo vicioso. E, sim, é difícil quebrá-lo. E seguimos, aprendendo com isso. Agora eu até te sinto mais calmo, entendendo o que eu estou dizendo. Viu, no fundo, estamos do mesmo lado? Apenas esquecemos que antes de termos partido, redes sociais, opiniões, times de futebol, profissão, somos humanos, demasiadamente humanos. E o mundo depende da nossa atitude! Como você quer salvar o mundo? Como você quer se salvar? Aí é com você. Namastê! Vou ali exercitar o meu direito de ficar off-line.

Raul Franco
Enviado por Raul Franco em 18/09/2017
Reeditado em 19/09/2017
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