Ladrão que rouba ladrão...

A burocracia emperra qualquer projeto e abre espaço para a corrupção.

Sabemos que quanto mais difíceis os trâmites, mais fácil se tornam os caminhos para pedidos de “um por fora”. O dinheiro público, cuja liberação é feita em Brasília, passa por caminhos sinuosos e, e à taxa de 10% - coeficiente de comissões institucionalizado neste País abençoado por Deus e bonito por natureza -, dos milhões liberados pelos ministérios, migalhas chegam ao destino final.

Diretores e gerentes aproveitam assaltos feitos às suas agências bancárias para fechar balanços. Depois de um roubo, invariavelmente, os números declarados pela instituição financeira são sempre muito superiores aos valores que os bandidos, quando capturados, afirmam ter levado.

No Brasil, o martelo (esqueçam o “martelo de fogo”; este é pra salvar crentes pecadores e necessitados) é muito utilizado para fechamento de contabilidades (profissionais da área sabem a que me refiro). Um imóvel, por exemplo, quando objeto de transação comercial, tem diversos valores: o valor utilizado para cálculo de IPTU, o valor declarado à Receita Federal, o valor real, o valor declarado em recibo e o valor pago pelo comprador. Não esqueçamos que, às vezes, surge diferença na quantia repassada pelo intermediário ao proprietário daquele imóvel.

Há poucos dias, as vítimas de audacioso assalto em nossa cidade declararam prejuízo de 250 mil reais em dinheiro que, somados a jóias e outros bens, atingiu a cifra de 600 mil reais. Quando presos, dois dos assaltantes disseram ter-se apoderado de 100 mil reais e que, desta quantia, receberam uma merreca, pois, seus “sócios” alegaram que a maior parte do dinheiro perdeu-se nas águas de um igarapé durante a fuga.

E, assim, Brasília faz escola.

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Aroldo Pinheiro
Enviado por Aroldo Pinheiro em 18/08/2007
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