A VIDA QUE PASSA

Outro dia vi-me a recordar de amigos que já se foram. Comecei, timidamente, a escrever o nome de alguns que me vinham a mente. Os nomes foram surgindo em grande velocidade e o papel foi se enchendo rapidamente. Dei-me conta que eram muitos, dos mais íntimos aos mais afastados e em datas não muito distantes. Não havia uma ordem de idade para o desenlace. Eram jovens, de meia idade, mais velhos, sadios, doentes, deixando este mundo pelos mais diversos motivos. A hora, para eles, havia simplesmente chegado, independente de seus sonhos, ideais e vontade de viver. Compreendi que somos frágeis criaturas e que nada podemos fazer para acrescentar um dia a mais a nossas curtas vidas. Não Sabemos a nossa hora e se estamos plantando sem esperanças de colher. A única coisa que sabemos é que a vida é um dom que nos foi dado e que devemos vivê-la, em abundância, sem egoísmo, cultivando-a para que venha a dar frutos mesmo após a nossa partida. Pensei então nos amigos falecidos e vi que todos deixaram um legado através de suas famílias, do trabalho em comunidades, no amor que plantaram, no bem que fizeram e nas amizades que deixaram. Um a um eles foram desfilando em minha memória e compreendi que, de certa forma, todos gravaram sua presença neste mundo, motivo pelo qual jamais serão esquecidos. Terminei minhas lembranças elevando a Deus uma prece por suas almas, para que encontrem na eternidade a realização plena de seus sonhos.