Rapsódia de saudade

Os dias escorriam lentamente sobre as ruas descalças. Nos quintais floresciam as laranjeiras exalando perfume, haviam outros frutos doces que não tinha igual.

Nos jardins rosas, açucenas, dálias e cravos e na janela se debruçava a moça bela a espera de seu príncipe encantado, seu rosto sem pintura, era mais uma escultura esculpida em carrara, e com margaridas adornado.

o tempo era de paz, a reinar nas ruas e nos corações, sob a luz do luar os violões se encarregavam de alegrar a noite, seresteiros apaixonados dedilhavam canções por estrelas guiados.

Famílias se reuniam nas calçadas por lampiões iluminadas, historias e estórias eram contadas, brincar de roda, pique Bandeira pular carniça também era brincadeira. E tudo seguia nos corações a alegria.

O asfalto chegou mudou o tempo e as vidas, arranha céus apagaram os lampiões, calando silenciou os violões, calou canções a lua foi escondida.

Serafim Arruda
Enviado por Serafim Arruda em 05/10/2017
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