O MUNDO ACABOU? OU JÁ COMEÇOU ACABADO?

Sim acabou para a parcela de humanos que nada mais espera de melhor.

Todos que lutaram por ideias, todas que buscavam uma realização do que há de melhor no convívio plural, o que conseguiram? Nada.

Então começou acabado por uma raiz que não presta.

E há certa verdade nisso,mesmo romanceada biblicamente. Adoraram-se animais, matou-se irmão por inveja, estigma criminoso de Caim, a escolha no Jardim das Delícias foi pelo mal, o afastamento da inocência.

O que restou como escolha? O que não presta. Olhem o mundo, a história, nossas próprias vísceras, seus desejos egoístas, avaros, fraudadores, do maior ao menor valor. Lastimável. Nietzsche teria razão? Nunca quis dizer que sim, elaborei contradita às suas ideias em livro meu. Estou temeroso que ele esteja certo, quase recepciono e revejo minha contestação.

Quem raciocina um pouco, não precisa de muito para avaliar a história humana desde seus primórdios.

Basta viver, conscientizar-se, já que nada mais se espera. Espera-se tornar ao pó. Lá seremos o que resta para a morte do sonho. E quem sabe sonhar, de novo. O sonho foi só sonhado. Isto em todas as vertentes sonhadas.

Muitos ficaram na estrada e tantos outros ficarão, não interessam inclinações, perde-se tempo, tão só.

Viver, caminhar e usufruir o oxigênio, o sol, as estações, o prazer lúdico e sensorial. E que não se faça mal aos outros. É a opção inteligente, creio. Quando o navio não consegue vencer a procela baixa as velas e segue a corrente.

Quem enxerga um pouco, avalia o homem e sua estatura, afere guerras e matança de inocentes, dizimação de vidas sem culpa, falta de harmonia mínima e ausência absoluta de amor, de partilha, segregação máxima de direitos, sabe que a humanidade não tem salvação por esse plano.

Em outro plano em que poucos têm condições mesmo de supor, talvez haja remissão. E quem sabe se viva algo melhor, sem voltas de crenças esdrúxulas punitivas sem lastro em Cristo, para mais sofrer.

Quem sabe será possível sonhar sonhos que não virem pesadelos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/10/2017
Reeditado em 08/10/2017
Código do texto: T6136689
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