Elio Gaspari e o Professor Cancellier

O professor Luis Carlos Cancellier cometeu suicídio jogando-se no pátio de um Shopping Center em Florianópolis. Ele foi mais uma vítima da espetacularização, açodamento e autoritarismo que está sendo praticado no país e que pode nos levar a um totalitarismo e falta de garantias mínimas constitucionais, além do desrespeito aos direitos humanos e avacalhação do direito de presunção da inocência e outros direitos consignados na Carta dos Direitos Humanos.

Para ilustraro que afirmei não vou usar os argumentos de petistas, esquerdistas e engajados na oposição aos órgãos que exorbitam nas suas funções, mas ao que escreveu hoje, na sua coluna, o insuseito, isento e brilhante jorbalista Elio Gaspari, que, registre-se, é da grande impresa mas nao vendeu sua pena e nem sua alma, mantem-se defensor do estado de direito e de respeito aos direitos humanos. Vou transcrever um trecho do que ele falou sobre o Professor Cancellier:

"...A morte do professor jogou nas costas dos cidadãos que o acusaram, investigaram e mandarama paraa acadeia a obrigação de mostrar quefazia sentido submetê-lo ao constrangimento. Se a chamada Operação Ouvidos Moucos acabar em pizza, vai-se estimular a impunidade das redes de malfeitorias encravadas em desenasde programas de bolsas de estudo no País.

"Chegou-se a dizer que a operação policial na qual o professor foi preso investigava o desvio de R$ 80 milhões de um progrma de educação a distância. Mentira. R$ 80 milhões foi o valortotal do programa. As maracutaias nãoaconteceram durante a gestão de Cancellier. Havia trapaças no pedaço envolvendo servidores e empresários , mas o reitor nunca foi acusado de ter desviado um s´po tostão.

"Cancellier foi denunciado pelo coregedor da UFSC, doutor Rodolfo Hickel do Prado por tentar obstruir seu trabalho. Num artigo publicado depois de sua prisão, o reitor revelou que nunca foi ouvido pela auditoria interna. APolícia Federal investigou o caso e adelegada Erika Marena, madrinha da marca Lava Jato (Flávia Alessandra no filme 'A Lei é para Todos') pediu a prisão do reitor. Ela também não o ouviu. Depois de solto Cancellier ficou proibido de pôr os pés na universidade.

"Nos dias de hoje, proibir um reior afastado de pisar na universidade seve apenas para humilhá-lo. Vale lembrar que a ditadura nunca proibiu os professores que cassou de entrar nas escolas. Um bilhete encontrado na jaqueta que Cancellier vestia quando se matou diz que 'minha morte foi decretada quando fui banido da universidade'. (Quando três ministros da Primeira Turma do STF obrigam Aécio Neves a dormir em casa, produzem apenas barulho, a menos que esteam defendendo a temperança nas noites do Brasil e do Rio).

"As patrulhas da polícia e do Ministério Público devem pensar pelo menos uma vez antes de mandar prender um cidadão. Isso porque abundam os sinais de que se pensa mais no espetáculo da publicidade do que nos direitos dos brasileiros. Era realmente necessário prender Cancellier? Soltando-o, era necessário proibi-lo d enrar na universidade?

"Guimarães Rosa ensinou: 'As pssoas não morrem, ficam encantadas'. O reitor Cancellier tornou-se um desencanto para o Brasil da Lava Jato".

Ainda, felizmente, há jornalistas de verdade no Brasil. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 08/10/2017
Código do texto: T6136996
Classificação de conteúdo: seguro