Pretensão hilária

Estamos quase no final deste domingo, dia dos professores, esses abnegados brasileiros que são decisivos para o país, mas que, infelizmente, não são prestigiados pelos governos em todos os níveis e nem pela sociedade. Na minha família há vários professores. Eu mesmo, se não tivesse caído na gandaia e relaxado nos estudos, teria, com certeza, optado pela carrera de professor. Sou fascinado por essa profissão.

Mas, neste final de domingo, vou tratar de o. utro assunto, de algo que me foi lembrado (ou provocado) por sinal por amigo que, por sinal, é professor aposentado. Ele estava falando spobre a nossa vã pretensão - uma pretensão hilária - de querer endireitar o mundo, o país, o estado, a nossa cidade, quando não conseguimos mudar nem nossa casa. Uma verdade absoluta. Vejam bem, não estou falando de ninguem em partcular, mas de mim mesmo, não mando em casa em nadinha, sou comandado, mandado, nao dou pitque em nada. É isso, não nasci para mandar, comandar, ser líder. Fico apenas nos pitaques, palpites, opiniões... às vezes fico pensando como ficaria minha casa se eu mandasse nela, já teria caído. Juro.

Mas o amigo ainda lembrou, a propósito do assunto, m caso antigo, da época da segunda grande guerra, fato que o pai dele sempre lembrava. Havia na sua cidade, no sertão pernanbucano. um jornalista matuto que mamtinha um jornal mensal. Ele mesmo imprimia o jornal com aqueles tipinhos, escrevia v[rios artigos e o editorial. Fazia tudo, a tiragem era de apenas 200 exemplares, mas ele enviava alguns até, pasmem, para o exterior. Pois bem, quando Hitler invadu a Europa e chegou à França, o cara escreveu um editorial indignado que começava mais ou menos assim: Essa invasão nazista à Europa s[ó está acontecendo porque Churchil, De Gaulle, Roosevelt e Stálin não ouviram as nossas advertências feitas neste mensário". Pretensão? Sim. Ridículo? Sim. Sonho? Sim. Mas, sejamos francos, o cara pelo menos expunha seu pensamento, um direito, se era algo impossível não importa. Acho que tenho muito desse saudoso jornalista matuto. Sim, tenho esses surtos de devaneios, pretensão, mania de meter o bedelho em coisas que nunca serei ouvido.

A gente é o que é, sou um sonhador, um quixote matuto, o amigo disse isso exatamente isso, um quixote matuto. E sabem de uma coisa? Fiquei impando de vaidade. Acho que estou mesmo variando, caducando, sem noção. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 15/10/2017
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