"Bebo" e "Dialogo com o leitor"

Bebi, admito que bebi, mas não nego agora o que fiz, fiz e faria de novo, não me venha com este papo que não tem gosto, que podemos fazer escolhas melhores, pois eu gosto, bebo e não nego! Água é muito bom!

*************************

Dialogo com o leitor

Quando a casa cai eu me soterro, pois fugir e ver tudo destruído e sair sem um arranhão não gera pena, e é de pena que vivemos, nosso sofrimento no fundo, é só um modo de gritar: olá tenham pena de mim! Podíamos sim encarar a vida com menos drama, sentir apenas, viver apenas, talvez derramando algumas lágrimas quando dói, mas sem estender o físico para o emocional até que nosso cérebro comece a pifar!

Adolescência é o tempo de moldar esta tendência, os pais chamam de crise, mas admitamos que é o melhor tempo, onde descobrimos e cobrimos de novo aquilo que tem que ficar de um jeito discreto, soluçamos em nossos travesseiros raivas que nada são além do medo de enfrentar o futuro. Posso fingir que acredito em fantasmas quando o escuro me deixa ansioso, pois me apegando a um “mito” pelo menos me sinto comum, não vou admitir que o que me assusta é a morte que me encerra em um caixão, finjo que é algo real que me sonda e tenta me sugar quando meus olhos não conseguem enxergar.

Sentado a beira do mundo, contemplando, descubro que a felicidade é simples, mas a simplicidade não preenche este desejo doentio de falar de modo rebuscado, não é suficiente para fazer com que nos sintamos semi-deuses, a simplicidade preencheria tanto que o vazio de querer estar superior perderia o sentido, e sem sentido não dá para viver afinal!

Sabe o que mais me pesa ultimamente? A juventude, pois pelo fato de não me valorizarem, me sinto realmente pra baixo, tolice, eu sei, mas de que me vale conhecimento se quando quero dividi-lo não sou ouvida por não ter idade para ter algo a oferecer? Então sussurro a meu Deus o segredo que guardo, esta sabedoria simples que me faz sorrir tanto ao sol do meio dia, quanto na escuridão da meia noite, temo morrer sem dizer em algum ouvido que sinto, que sou, que sempre serei parte de tudo, uma fração do nada, mas feliz e cheia em mim mesmo só por existir! Tolices, ah tolices, será que alguém esta lendo ainda até aqui? Grande herói! O que te prende a estas linhas? Espera levar algo de novo para sua vida não é? Ótimo, então permita-me dividir segredos simples, espero que você saiba usar bem o que te digo, agora, próximo ao seu ouvido com a doçura que só uma voz feminina, quase materna, pode ter: o que vale a pena é sempre de graça. Não me olhe assim, juro que é verdade, lembre daquele sorriso, lembre daquele carinho, lembre daquelas palavras de força, lembre do silencio que sumia perdido nos olhos do outro, lembre de quem você amou, ama, vai amar sempre, qual o preço deste amor? Suor não custa nada, mas deixamos de dar um pouco dele para ajudar alguém que nos dá muito, desculpe se isso é moralista, não era a intenção, mas se for pra ler algo vazio, então veio ao lugar errado. Ah e não se esqueça de algo, acho que é o mais importante, não cobre dos outros algo que você não dá, e não cobre algo que você nunca disse desejar!

Ah, que pena, é hora de ir, se precisar de um conselho, nem pense em me ligar, nem mandar e-mail, tenho cara de sábio da antiguidade ou similar? Não, sou um mera mortal, felizmente, mas se descobrir algo incrível, e quiser dividir, estarei aqui, com uma sede enlouquecida de devorar cada palavra sua.

T Sophie
Enviado por T Sophie em 19/08/2007
Reeditado em 20/09/2008
Código do texto: T614431
Classificação de conteúdo: seguro