Tragédia em escola de Goiânia

Em 1971 vindos de Anápolis abortamos em Goiânia, eu com 10 anos de idade, meu pai, minha mãe e mais 04 irmãos. Goiânia era uma cidade pacata com cerca de 400 mil habitantes. Fomos morar na vila Iate. Com 12 anos estudava e trabalhava de carteira assinada como cobrador de ônibus na falida Viação Jussara. A violência não havia chegado às escolas assim como o consumo de drogas.

Era uma época de pouca tecnologia. A televisão era em preto e branco e continha válvulas que esquentavam muito, com imagem ruim. Gostava do seriado Vila Sésamo. Havia poucas marcas de carros. Os ônibus andavam lotados. Época do tênis kichute, conga e da calça boca de sino. Época do LP e da vitrola. Não havia celular nem internet. Nossa diversão era a rua, onde jogávamos bola, brincávamos de bets, bolinhas de gude, rodar pião e outras brincadeiras.

Naquela época já havia provocação e gozação, que hoje chamam de bullying. Como toda criança era alvo de apelidos; mas também punha apelidos. Apanhava e batia, não dava o braço torcer, não guardava rancor, não alimentava o ódio. Era tudo normal no dia seguinte quando nos reuníamos num campinho de terra batida para jogar bola. Hoje, as crianças não interagem pessoalmente, não suportam uma avacalhação, são exigentes, são arrogantes, doentias, não obedecem aos pais e professores, usam drogas e até andam armadas.

Na sexta-feira passada (20), por volta das 11h40 na escola ensino fundamental Goyases, mais uma tragédia de âmbito nacional, onde um aluno de 14 anos do 8º ano sacou uma pistola .40 de dentro de uma mochila e efetuou vários disparos dentro da classe de aula atingindo colegas, sendo que dois morreram na hora e quatro ficaram feridos. O menino atirador foi contido por funcionários até a chegada da viatura da DEPAI – Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais. O menor disse à Polícia que o motivo da infração era ter sido alvo de bullying e ser apelidado de “fedorento”, e que se inspirou em outras duas tragédias em escolas, o massacre de Columbine, em 1999, nos EUA, e o de Realengo, em 2011, no Rio de Janeiro. Conforme a Polícia, a arma utilizada no crime era da Polícia Militar que estava em poder de sua mãe, sargento da PM.

A Justiça determinou a internação provisória do menor por 45 dias. Conforme o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente - poderá ser sentenciado a uma medida sócio-educativa de no máximo 03 anos. Na minha humilde opinião, é uma pena muito branda que não reeduca, ao contrário, incentiva os atos infracionais; sem contar que muitas crianças e adolescentes são usados por adultos para a prática da criminalidade devido a certa impunidade. A lei deve ser igual para criança, adolescente e adulto, como em certos países!

A violência nas escolas que é banal em certos países como Estados Unidos e Inglaterra está se tornando banal em nosso país também. Pelo visto, tal banalização é fruto da sociedade em que vivemos, onde os pais são omissos na educação, não têm tempo para educar e não acompanha a vida seus filhos, como companhias e acessos aos meios de comunicação. Há ainda há globalização da violência, criminalidade e do terrorismo. Sem falar na apologia ao uso de drogas, armas e diversidade sexual. Enfim, é preciso proteger nossas crianças e adolescentes da malignidade do mundo moderno, e ainda investir na educação e religiosidade e segurança das escolas. Não há outro caminho!

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 22/10/2017
Reeditado em 30/10/2017
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