O amanhã que teremos

Talvez nunca na história estivemos em mundo com tantas transformações. Às vezes eu me pergunto se somos nós que nos adequamos as transformações ou se são elas que nos moldam a seu bel-prazer? Estamos tão envolvidos em nosso mundo que quando menos esperamos estamos vivendo uma época que passa a jato e que ninguém mais entende. Tudo muda, tudo se transforma, tudo nos muda, tudo nos transforma. Somos o que o mundo faz de nós.

É importante observar que a vida é feita de ciclos que vão e voltam de acordo com a evolução ou manutenção do pensamento humano. Já houve época em que o gordo era o bonito e saudável e o magro o doente e feio. Um tempo onde a banha de porco fazia mal e seu consumo não era recomendado por ninguém. Houve um tempo até em que os vereadores não recebiam salários e mesmo assim discutiam, brigavam e transformavam a vida pacata e cotidiana das cidades em embates de ideologias e ideias. Houve um tempo, e não faz muito, que nossa seleção brasileira de futebol despertava paixões e nossos times do sul eram temidos, aguerridos e bravos.

Um tempo onde a mensagem de texto via SMS era a última moda e a maior tecnologia que existia no celular era a lanterna e o rádio fm. Houve um tempo em que se sábia quem era quem, quem defendia o quê e o Brasil era dividido em bem menos parte. Tudo mudou. O tempo, como diz o poeta, não para.

Há pouco tempo até quem não era adepto a política petista admitia que o governo do Lula tinha feito a diferença no país e que a Dilma seria uma boa presidente porque estaria assessorada pelo próprio. Teve quem acreditasse que Aécio era a nova cara para a política brasileira, e que alguns poucos corruptos é que geravam a fama da maioria. Hoje percebemos que a maioria é que é corrupta e os honestos são o que sobra.

Teve um tempo em que a região acreditava que Campo Novo receberia uma Usina de Biocombustível e Redentora reabriria o hospital. Houve quem acreditasse a pouco tempo atrás que o ritmo das obras em Tenente Portela iria continuar e que a atual administração iria dar a atenção para as estradas do interior da forma com que prometia no rádio. Que Três Passos iria abrir a Unidade de Pronto Atendimento e seria parecida com aquelas que aparece nas propagandas políticas na televisão. Houve um tempo em que dava até para acreditar que a ponte entre Braga e Campo Novo seria construída. Derrubadas se tornaria um grande ponto turístico e que a Taurino Laticínios era a galinha dos ovos de ouro de Tenente Portela. Teve um tempo em que o Ouro Verde de Coronel Bicaco tinha uma sede e o interior dos municípios tinham escola, clubes e times de futebol.

Chegamos a presenciar um tempo em que o Orkut era a maior rede social do mundo, que o Uno era carro popular e que pagávamos menos R$ 3 reais o litro de gasolina. Tempo em que Marlon e Maicon tocavam na rádio sem parar e que os apaixonados mandavam cartinhas de amor para suas amadas. Houve um tempo em que arte era um quadro ou uma escultura bonita, que literatura era um livro bem escrito e o Rio Grande do Sul era o estado número um do país em educação.

Houve um tempo em que violência era coisa de cidade grande, facção era invenção de filmes americanos e polícia tinha homens suficientes para combater o crime. Você pode não acreditar mais houve até um tempo em que as famílias sentavam a mesa para comer e que as mães e os pais conversavam com os filhos sobre sexo, futuro e a vida. Houve um tempo onde a coisa mais radical que os pais deixavam uma criança assistir na televisão eram os embates extremamente violentos entre o Tom e o Jerry. Houve até um tempo em que professores eram respeitados e mandavam na sala de aula, que o ensinamento dos mais velhos era precioso e que casamento era coisa séria.

O tempo muda, as pessoas se transformam e tudo que era ontem pode não ser amanhã. O que será do tempo que está por vir?

Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 24/10/2017
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