CAUSAS E EFEITOS
A demasiada importância que fazemos do corpo físico,
O palpável ao olhar, que de sensível só o traço ou uma sua
Imponência direccionada, nos diz do seu real valor
(Como num monólogo a dois, onde vingasse a ambos
Um mesmo espírito de conquista, demasiadamente
Ocupados que estão no realçar das suas próprias evidências),
Parece-me aqui o grande cerne da questão,
Quando se fala da fuga do homem e do seu propósito ante
A vulgaridade do que é visível.
Como premeditado o consumo sem grandes interrogativas
Nem quizilas que levar para casa – bastando à saciedade, a própria.
Entretanto a enrudecer fica o toque,
Comprometido na intenção de uma causa sem efeitos
Nem dever cumprido, porque se deu e esperou retorno.
Jorge Humberto
(02/01/2004)