CAUSAS E EFEITOS

A demasiada importância que fazemos do corpo físico,

O palpável ao olhar, que de sensível só o traço ou uma sua

Imponência direccionada, nos diz do seu real valor

(Como num monólogo a dois, onde vingasse a ambos

Um mesmo espírito de conquista, demasiadamente

Ocupados que estão no realçar das suas próprias evidências),

Parece-me aqui o grande cerne da questão,

Quando se fala da fuga do homem e do seu propósito ante

A vulgaridade do que é visível.

Como premeditado o consumo sem grandes interrogativas

Nem quizilas que levar para casa – bastando à saciedade, a própria.

Entretanto a enrudecer fica o toque,

Comprometido na intenção de uma causa sem efeitos

Nem dever cumprido, porque se deu e esperou retorno.

Jorge Humberto

(02/01/2004)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 20/10/2005
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