CRÓNICA (vide os rejeitados)
O problema será meu, mas nunca suportei regras,
pelo que trazem de interesse pessoal e, por conseguinte, de parcialidade,
assim como também nunca entendi essa de Elites e Eleitos.
Eu sou do povo e para o povo, e o que escrevo é tão natural como a minha sede,
e entregando-me em suas mãos, rasgado, pisado ou amado,
por cada um desses seres tão peculiares – como à sua condição animal –, sou vida
em mim, assim como na dos que me ouvem, com olhos de dizer nada.
Não sei se sou poeta e tã pouco interessa-me epítetos ou balaústres, não sigo
uma única regra dada à arte de fazer poesia, seja qual for a forma com que esta se vista.
A generosidade humana e a sua intrínseca sabedoria, mede-se pelo bocejo da banalidade
ou pelo choro, ante a incompreensão dum sorriso. Esses e não outros (os que reagem
não os que agem, impregnados de mentiras), são os meus leitores, por quem sigo escrevendo,
tenha eu a capacidade e um pouco da inteligência da multidão, que me cerca passante na rua:
enxovalhada, carente, assassinada por heresias cristãs ou lobbies agressivos, de uma indústria
capitalista, suportada pela máquina de uma propaganda em massa, com laivos de câmaras de gás,
ao som da Quinta de Beethoven ou a Sétima de Bruckner.
Jorge Humberto
(25/12/2003)