A BATALHA INSANA MOVIDA PELO ÓDIO

Diariamente quando abro meu face me deparo com uma guerra de palavras que semeia o ódio e a intolerância. Estamos vivendo um preocupante tempo em que se observa um nível elevado de violência, tensão e agressividade. Sem perceber, terminamos nos inserindo nesse contexto, aderindo ao domínio das paixões que escravizam, perdendo a sensibilidade para exercitar a racionalidade. Somos tragados por sentimentos fortes de aversão, hostilidade, animosidade, produzidos por um debate político estimulado por interesses outros que não são, necessariamente, para o bem coletivo.

E o pior é que transitamos das mensagens cristãs, de pregação do bem, da fraternidade, da boa convivência, para o discurso do ódio, da impaciência, do fanatismo, da severidade. Isso tem acontecido quase que simultaneamente, numa atitude de incoerência absurda.

O ódio quando se instala no coração, fica mais forte do que o amor. E tem um extraordinário efeito multiplicador. Existe um dramaturgo e crítico espanhol, chamado Jacinto Benavente, que diz: “mais homens se unem para compartilhar um mesmo ódio do que um mesmo amor”. Essa observação é assustadora e, lamentavelmente, vem sendo praticada pela grande maioria de brasileiros na contemporaneidade. Nos mais diversos campos de pensamento, direita ou esquerda, socialista ou liberal, “coxinhas” ou “petralhas” (como se classificam na discussão política). Em todos os níveis sociais, ricos ou pobres, letrados ou analfabetos, adultos ou jovens.

Todos se acham no direito de xingar, agredir e serem intolerantes, diante dos que divergem de suas opiniões. A raiva contaminando um ambiente que deveria ser de civilidade, respeito ao diferente. Fica deflagrada uma batalha insana que em nada ajuda na busca de um entendimento nacional que nos leve à solução dos graves problemas que estamos enfrentando. Somos todos culpados, mas é difícil admitir isso, porque ficamos procurando em quem colocar as responsabilidades pela crise política, ética e moral, que se instalou no país. Condenamos alguns por antecipação e absolvemos outros unicamente por conta de nossas preferências ideológicas ou políticas.

Isso está se tornando muito perigoso. As labaredas desse incêndio terminam por atingir a todos sem distinção. Quando se semeia ódio, colhe-se violência. Termino essa reflexão, chamando a atenção para a frase de um pensador e político norte-americano Robert Green Ingarsoll : “o ódio é um vento que apaga a lâmpada da mente”. Nada mais verdadeiro.

Rui Leitão
Enviado por Rui Leitão em 02/11/2017
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