Éramos

Na súbita presença individual do mal, eu me sentia vazio, precisava de algo; um lugar pra ficar, meu coração clamara repentinamente, odiava as efêmeras passagens amorosas em sua lógica vida.

Passando pelos caminhos, e observando a sombra vazia e rudimentar daquele homem sem escrúpulos; constatei no mesmo, aquele abismo que penetrava-o, apodrecia-o, porém deixava-o vivo e rico de ego; uma doce paixão materialista, acho.

Não bastasse seu olhar sublime, como quem não sentia nada, e detento de toda graça solitária, não pude deixar de encantar-me e recordar-me com suas maléficas e sombrias histórias de amor. Parecia minha aquela cantiga, seus poemas lúdicos e transbordantes, espelhavam um puro lirismo de um homem apedrejado por suas próprias palavras. Como amigo eterno; passei a apelidado "Subleme".

Contudo, éramos mais próximos, de alma e peito, peitos castigados; humilhados; sem projeção alguma, apenas dor. Éramos eternos desconsolados.