O tempo

Gosto de séries de TV, sou apaixonado por elas na verdade. Ficção, paradoxos sobre o tempo e o espaço. Tudo isso parece muito distante, intangível, mas o que é real?

Mas apesar de acreditar que não existe impossível, apesar da maioria das coisas ali vemos são improváveis, o que é diferente, sou apaixonado pela poesia que tem nestas histórias. Sou apaixonado pela metáfora que elas carregam. É como ignorar a forma, podendo, por alguns minutos, enxergar a alma das coisas. A energia informe, que pode se transformar no que quiser para nos trazer uma mensagem, que é diferente para cada um. Porque cada um, cada receptor, é diferente e a mesma mensagem não vai tocar ninguém da mesma forma. É como a harmonia da música que faz uns rir e outros chorar.

Gosto da série flash, em particular, porque nos ensina, através das suas metáforas geniais, que falam do paradoxo das viagens no tempo, que não se pode, jamais tocar a mesma água de um rio duas vezes. Que por mais que pudéssemos, através de um viratempo, de outra fábula, ou das viagens através da força da velocidade desta mesma, voltar no tempo, esta dimensão, este lugar incrível e intrigante, nada seria como antes. Nada jamais seria igual, porque nós não seríamos mais os mesmos.

Nunca somos, é só analisar a linha do tempo pelo qual caminharmos, e veremos o quanto mudamos. E entenderemos que faz parte da lei crescer, evoluir.

Talvez, destas realidades corroboradas pela história, algumas lições precisem ser extraídas. Como o fato, nem sempre agradável para nós, que ainda somos crianças espirituais, que sabemos nada ou quase nada da vida, que não é possível apagar os erros, mas apenas conviver com eles. Somos eternamente responsáveis por nossas escolhas.

A outra lição é que o misterioso tempo tem seu relógio mágico dentro de cada um de nós, não sendo tão importante a medida em horas ou anos, mas em maturidade, que é um fruto que dá em tempo diferente para cada ser. O relógio interno é regido pelas experiências que passamos. Daí a importância de respeitarmos cada um como gostaríamos de sermos respeitados.