SAGA DE UM RETIRANTE l

Depois que cheguei em Fortaleza, passei 3 dias na rodoviária, comendo resto de comida dos viajantes, eu viajava naquele entrançado de gente, pra lá e pra cá, subindo e descendo uma escada que girava o tempo todo. Cada mulher bonita que passava, com umas roupas que me deixavam em borbulhas de calor, nunca tinha visto mulher de verdade na minha vida, só a mamãe e minhas irmã, que Deus tenham piedade delas. Aquilo sim deveria ser mulheres de verdade, eita macho, era muito bão inté que era. Depois de três dias resolvi parti pra cidade, num sabia nem pra onde ir, tomei o rumo do nascente, uma coisa eu conhecia muito bem, rumo, rumo não me faltava devido as caçadas na mata. Andei um pouco e encontrei um terreno grande, com mangueiras dento, vi uns soins, imaginei pela presença deles que o local era desabitado, como tava com uma tremenda dor de barrica, resolvi adentrar o local e aliviar a dor, quando terminei pensei comigo mesmo, bem pelo menos já fiz alguma coisa aqui nessa cidade, subi na mangueira mais alta, comi umas mangas que não tinham sido devorada pelos nanicos macacos, e olhei pra cidade, ai observei umas casas muito altas ao norte, no rumo do nascente, pensei mais uma vez, é ali que mora o povo rico, é ali que vou trabalhar, e sentei o sebo nas canelas no rumo das casas altas. Com duas horas mais ou menos, eu tava no meio delas, pensei puxa como são altas, quem mora lá em cima ta lascado, vai secar as canelas só subindo ladeiras. Andei mais um pouco e vi uma casa alta sendo construído por muitos trabalhadores, é aqui, pensei, é aqui que vou trabalhar, falei com uma rapaz todo de azul que passava empurrando uma carroça pequena de ferro com areia. - Ei moço, tem trabalho aqui? - Fale com aquele homem de capacete verde ali, ele é o mestre aqui. Minha mão não fechava de tanto calo que eu tinha na mão, fui em direção ao mestre e perguntei - tem trabalho aqui pra quem quer trabalhar Sr,? - ele me cumprimentou com um aperto de mão demorado, ele apertou minha mão e eu apertei a dele com mais foça ainda, ele abriu minha mão e ficou olhando, depois perguntou de onde eu tinha vindo, eu contei minha historia e ele falou pra mim - vá ali, tome um banho, almoce, e vá dormi a tarde toda no dormitório, amanhã você vai começar a trabalhar.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 02/12/2017
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