Não é raro encontrar um brasileiro honrado, mas é raro encontrar um brasileiro que tenha a coragem de enfrentar nossas crises existenciais e os nossos complexos. É mais fácil ir embora para sentir-se grande e importante do ficar e lutar para ser grande mesmo que não seja importante, aos olhos de um sistema cruel, totalmente corrompido, prostituído onde o valor preservado é o valor do estado de ter em detrimento do estado de ser. Uma micro nação lunática, pervertida e amoral instalou-se e convenceu uma imensa nação de visão embaçada que havia ocorrido um milagre revelando uma nação de novos ricos em que todos acreditaram, até mesmo a poderosa The Economist, o fabuloso The New York Times, o Le Monde entre outros. Eles por pura boa fé, nós aqui por ignorância. O estado de ter sem o estado de ser é um balão inflado com os três venenos da natureza humana, qual sejam, a avareza, arrogância e estupidez. É preciso abrir os olhos para as pessoas, abrir olhos para o ser humano. Se o ser humano não estiver bem, seus bens serão tão inúteis quanto as suas ações egoístas.