Moribundo

Nunca tive e nem tenho pretenção de ser um ótimo escritor , eu jamais almejei algo nesse sentido. O que sempre tive vontade , foi expressar meus sentimentos , anseios , alegrias , pequenas dádivas recebidas no decorrer da vida. Como entre um copo e outro surge uma ideia , a vida vai passando , você vai perdendo algumas habilidades em detrimento de outras, fiz grandes besteiras , fiz muita bobagem com o sentimento alheio , e pode ter certeza , isso é algo que carrego através dos tempos , que não esqueço , que se tornou parte de mim . Quantas mentiras contadas , quantos sorrisos fechados , quanta angústia causada, quantas pessoas magoadas , me arrependo de tudo de mau que causei , e desculpas não vão diminuir , ou redimir o fardo que carrego. Muito menos fazer com que tudo que fiz , ser simplesmente esquecido , mesmo eu sabendo que hoje tento ser diferente , que tenha amadurecido , e muito complicado regressar nas lembranças, e como se hoje alcançar a felicidade fosse algo de outra dimensão , e acredito que seja. Hoje com um pouco mais de barriga, com meus cabelos grisalhos ainda reflito sobre o temor que proporcionei , sobre o círculo vicioso de infelicidade que foi pragmático . Poucas são minhas virtudes nesse clichê psicodélico , fui tantos de mim , que nunca fui de ninguém. Fui tão contestador , que chego num momento onde sou e me contesto , valorizem os abraços , os sorrisos , os beijos no fim do dia , como se fosse a última vez.

Leandro Vidile
Enviado por Leandro Vidile em 06/12/2017
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