Felicidade X alegria

O ser humano nasce, cresce e morre tentado encontrar uma razão para a Sua existência. Essa busca está atrelada ao desejo pela felicidade plena. Mas o que vem a ser a felicidade plena? Existe? Ou é fruto do nosso desejo?

As pessoas tendem a confundir momentos de alegria com felicidade e se dizem felizes apenas por sentir alegria. Todos têm problemas, seja pessoal, profissional, seja sentimental, e mesmo que não os tivessem, os problemas dos outros são indiretamente nossos também. A violência, a fome, a guerra, a criminalidade, a falta de educação, a falta de saúde e a falta de amor ao próximo são fatores altamente relevantes para que ninguém no mundo de fato seja feliz plenamente.

Shopenhauer em O vazio da Existência diz que “a felicidade é inconcebível e que nenhum homem é feliz e que luta a vida toda por uma felicidade imaginária, a qual raramente alcança e quando alcança é apenas para sua desilusão”. O homem tem momentos constantes de alegria e raramente se diz alegre, ele sempre tende a dizer que está feliz e na maioria das vezes atrela essa felicidade com a condição de ter alguém a seu lado não admitindo assim a possibilidade de ser feliz sozinho.

O homem tem como prioridade os bens materiais que acabam sendo subterfúgios para uma possível felicidade. Se perguntarmos às pessoas o que as fazem felizes, prontamente elas dirão que ter dinheiro, casa, carro, um bom emprego, uma família, são ingredientes para a felicidade. O dinheiro certamente não traz felicidade, mas hoje neste mundo consumista as pessoas na grande maioria acreditam nisso. Obviamente que o dinheiro dá ao indivíduo a alegria de usufruir de certos confortos e privilégios que trazem momentos constantes de alegria, levando o indivíduo a crer que é um homem feliz porque pode ter tudo aquilo que o dinheiro pode dar. Faz parte da cultura acreditar que todos esses ingredientes materiais são a única forma de realmente ser feliz. Mas existe alguma outra forma desvinculada do material? E afinal, o que vem a ser felicidade? Será que o simples fato de estarmos aqui não é o suficiente para dizermo-nos felizes?