Brincando de Antônimo

Faço uma força de lascar o cano para controlar o riso, principalmente quando ouço uma piada arretada ou um causo engraçado, tento me controlar para não soltar a gaitada, porque rir demais gera acessos de asma, mas não consigo. Por isso mesmo ando com uma bombinha no bolso. Éso alguém começar a contar ma piada ou um cuaso e eu tiro a bchonha do bolso e fico com ela na mão. Como dizoi minha avó materna, eu tenho o riso solto. Foi o que aconteceu ontem, um amigo contou um causo envolvendo dois minieirinhos e eu ri tanto que a asma chegu e eu usei a bombinha. Vou tentar recontar o causo:

- Ô Zé, vamo brincar de antÔnimo?

- O que ôcê falô?!!!

- Brincá de antônimo, sô!, um diz uma palavrar e o ôto diz uma contráia cumo arto e baxo, fporte e fraco.

- O que vale?

- Uma cerveja.

Começaram a brincar:

- Gordo.

- Magro.

- Home.

- Muié.

- Preto.

- Branco.

- Verde.

- Nada disso, verde num tem ontônimo, é cor;

- Claro que tem.

- Qualé?

- Maduro.

- Lasquei-me. Vamo pra ôta rodada. valendo ôta cerveja, maizi agora eu começo.

- Comece.

Vou te lascar: Fumo.

- Quequeisso?!!! Fumo num tem antônimo, sô.

- Claro que tem.

- Qualé?

- Vortemo.

Não sei se continuaram, o que sei é que tive de dar uma cafungada na bombinha, fiquei tremendo que nem vara verde mas achei o causo arretado demais. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 11/12/2017
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