Eu, aprendiz de poeta

A respeito da poesia que escrevo, considero-me um mero poeta, um aprendiz, porque, afinal de contas, estamos sempre aprendendo; e, também, porque toda cultura se evolui, se aperfeiçoa. A língua que usamos está em constante evolução. Até a nossa Ciência está se evoluindo. Tudo muda. O importante é estarmos atentos às novas mudanças.

Comecei a escrever poesias em 1978, quando tinha 18 anos de idade. Só tinha a 7ª série e me faltavam conhecimentos da língua portuguesa e literários. Meus primeiros poemas continham muitos erros de português. (Não se deve julgar um poeta/escritor por seus erros de português, mas por sua imaginação, criatividade e sensibilidade). Hoje encontrei um estilo próprio, não tradicional, não regionalista, contemporâneo. Minha poesia é lírica e filosófica. Componho na forma fixa, em estrofes, com versos curtos e desmedidos, rimados ou não. Procuro usar uma linguagem clara e subjetiva, com uso de metáforas e metonímias.

Em 1995 publiquei meu primeiro livro intitulado “Caminho de Luz”, contido de 50 sonetos, com temática lírico-religiosa. Tenho 15 livros de poemas publicados e 7 não publicados, totalizando até o momento 2300 poemas. Em 2008 com o avanço da internet passei a publicar meus poemas em web sites como facebook, recanto das letras e blogspot. Tenho recebido muitos comentários a favor e contra com muita atenciosidade. Minha resposta é que ninguém nasce sabendo; ninguém é perfeito. O importante é seguirmos em frente sempre até chegarmos a um objetivo.

Com a Semana de Arte em São Paulo em 1922, houve no Brasil uma revolução na arte de escrever poesias, sem a obrigação do uso da forma fixa nem tampouco de rimas. A temática lírico-religiosa é a base de toda poesia desde os primórdios tempos, enquanto que a lírico-amorosa é a mais aceita por incentivar romances. A linguagem pode ser objetiva e subjetiva. A poesia objetiva retrata a realidade ou um fato de forma direta e real. A poesia subjetiva faz uso de metáforas e metonímias, e é mais complexa. A maioria dos poetas e poetizas usa a objetividade.

O certo é que todo poeta ou poetiza deve ter um estilo e linguagem própria, independente de seguir uma corrente literária. O importante para um (a) poeta é ter autenticidade, não copiar ninguém, ser autentico (a), inconfundível, e valorizar mais a imaginação e criatividade. No mundo contemporâneo (de pensamento rápido e muita interatividade) é preciso ser atual, usar uma linguagem sucinta, clara, de fácil entendimento. Palavras difíceis (em desuso), rimas ricas (complexas) já não fazem sentido. Além do mais o que enriquecem um poema é a sua criatividade e força de expressão, e não a forma.

O poeta Carlos Drumond de Andrade, referência do Modernismo Brasileiro, no início de sua carreira era visto com desconfiança por usar uma linguagem objetiva e denotativa, se tornou num ícone da poesia objetiva e social, e certa vez perguntado por que não escrevia poesia amorosa; em outras palavras respondeu que, por se tratar de uma temática muito pessoal e sentimental, preferiria a não se arriscar. Realmente escrever sobre a nossa vida amorosa, é necessário ter certa cautela para não se tornar ridículo. Eu, pessoalmente, escrevo muito sobre o amor conjugal, solidão e alegria, sem nenhum temor ou ressentimento.

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 13/12/2017
Código do texto: T6198010
Classificação de conteúdo: seguro