Saindo um pouco da teoria

No dia 16 de novembro tivemos uma viajem acadêmica. O caminho bastante longo, para uma vida tão curta, as gargalhadas invadindo o ônibus de uma forma que meus olhos desfocassem da tela manchada do celular que não era meu. Risos de orelha a orelha claramente vindo do fundão. Das conversas informais até músicas aleatórias, a minha ânsia de vomito e uma enorme cabeça nos meus ombros. Finalmente, a grande chegada à capital dos altos edifícios. O barulho dos carros e um transito tão “efeito dominó”. E em grande estilo, bom dia Recife! Capital de Pernambuco.

Seguindo em frente, rumo a AACD. Descemos do ônibus ansiosamente. A chegada já chamou atenção pela estrutura belíssima e organizada, nem parecia que realmente estávamos no Brasil. Com o objetivo de não sermos decoradores e sim estudantes do 2º período de psicologia, logo fomos guiados a conhecer o ambiente, e comprovar com nossos olhos e ouvidos a escuta, que aquele ambiente não era apenas paredes bem pintadas, plantas e chão liso, e realmente não é. É um ambiente que transmite uma boa energia, era algo encantado, uma coisa tão espetacular me prende nesse lugar, uma vontade imensa de conhecer mais um pouco. A forma como os profissionais interagiam com seus pacientes e mães é uma característica forte do lugar, é como um vinculo de amor, algo muito positivo desenvolve a confiança para um atendimento sucedido. É emocionante como as mães se dedicam a levar sempre seus filhos, mesmo com tantas dificuldades financeiras, elas se sentem satisfeitas ao se deparar com o bem-estar do filho, vendo o processo ocorrendo bem, vale a pena. Cada tratamento bem-sucedido, uma mãe feliz, sendo muito prazeroso para os profissionais. É uma instituição que tem como objetivo principal a inclusão da pessoa portadora de deficiência física. As consultas imediatas, diversas clínicas, uma equipe multiprofissional bem atenciosa, composta por fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, técnicos em aparelhos ortopédicos e médicos. As crianças com todo o tratamento devido e também sua área de lazer. Os equipamentos a disposição das crianças, o acesso do mesmo facilmente encontrado. As mães em seu espaço para descanso, se alimentando, enquanto seus filhos brincam e sorriem ao verem realmente mulheres vestidas de palhaço, e não um político de terno e gravata perambulando por ali, sendo disponível para melhor atendimento, grupos de arte terapia e musicoterapia.

Com muito cansaço, mas com o espírito feliz, encerramos a visita com sorrisos no rosto sendo marcados em uma foto. E o conhecimento de uma viagem produtiva que permanece em nossa memória. O desejo de também poder contribuir algum dia para o bem-estar das pessoas, mudando pelo menos uma parte da realidade e é claro a mim mesma a princípio, me acompanha, pois como diz o poeta Sérgio Vaz, “revolucionário é todo aquele que quer mudar o mundo e tem a coragem de começar por si mesmo. ”