Presos dentro de seus próprios corpos.

Há mais de 30 anos, Justina que tivera um terrível acidente, permanece sentada em sua cadeira de rodas, sempre esta na janela de sua casa, no segundo andar de um prédio antigo, quem a ver da rua nem imagina aonde aquela destinta senhora está sentada.

No prédio, também antigo de frente ao da dona Justina, mora o Senhor Teodoro que a 5 anos teve as duas pernas amputadas devido uma diabetes, quem também o ver da rua não sabe aonde ele está sentado, eles aparentam ter uns 70 anos, e a exatamente 5 anos que os olhares dos dois se cruzam numa distância que os separa de 100 metros.

Nasce ali um grande amor platônico onde eles começaram a namorar, noivaram e se casaram, as famílias não sabem e nem sequer foram convidadas a este casamento onde ambos vivem em mundos paralelos que se encontraram em condições idênticas, todos os dias um pouco antes do sol se pôr em hora marcada as cadeiras se aproximam das janelas, tendo esta rua como testemunha a ver esta linda história de amor.

A rua está próximo ao Penedo da Saudade, tornando o cenário desta história cada vez mais profunda.

Todos os dias eles se acenam pelo vidro da janela, se contemplam, se amam loucamente sem nunca na vida terem se tocado, existe uma conexão muito forte entre os dois, os transeuntes nunca perceberam o que ali se passava, apenas tem em mente a imagem de dois idosos caquéticos numa janela, mas para os sensíveis de coração, esta história jamais passaria desapercebida.

Este amor construído, intocável é o combustível que os alimenta e que os mantêm vivos.

Ao passearem pelo Penedo da Saudade contemplem as janelas e inspirem-se nesta história e vejam que o platônico em alguns casos são os amores verdadeiros.

#vsnocotidiano

Velto Silva
Enviado por Velto Silva em 30/12/2017
Reeditado em 04/01/2018
Código do texto: T6212137
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