Religião, Espiritualidade, Fanatismo
 

Em princípio Pode-se definir o fanatismo como uma crença exagerada, uma adesão cega a uma visão de mundo ou doutrina, de tal modo que o fanático identifica sua crença com a verdade absoluta, e se sente como o dono da verdade, também indica o estado de exaltação de quem acredita ser possuído por Deus e, portanto, imune ao erro e ao mal, indicando a certeza de quem fala por o absoluto e, portanto, pretende também que suas palavras sejam absolutas. O fanatismo é uma transgressão em nome dos princípios da razão humana. Há, além disso, o fanatismo moral que ultrapassa os limites da razão pura e prática. Sendo o fanatismo à própria atitude autoritária do fanático.

A filosofia, ética e moral contrapõem com a intolerância, isto é, a atitude e capacidade de admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir diferente, ou mesmo totalmente opostas às visões arbitrarias, abrindo espaço para a tolerância. Então, no que tange as religiões, nossa sociedade é muito tolerante, embora isso nem sempre tenha sido assim. Portanto podemos voltar nossa consciência para a tolerância religiosa, não nos distanciando das pessoas, por elas acreditarem, possam chegar a Deus pelo caminho que escolheram.

Algumas sociedades, pessoas, casais já se distanciaram entre si, por carência de compreender o outro, por questões religiosas ou não. Feijão bom é aquele bem temperado, com diversos ingredientes, juntando os temperos dá um gosto especial. Assim somos nós, unidos, sem intolerância podemos ser muito mais fortes, felizes e confiantes que mesmo com crenças diferentes podemos conviver, enlaçados pelo amor que nos unirá para sempre. Precisamos, sim, nos manter distantes de conflitos dogmáticos e ideológicos para manter a Paz entre nós nesse planeta tão conturbado.

Durante alguns séculos a Europa tornou-se palco de diversas guerras entre facções religiosas. Desesperados com os sangrentos conflitos desencadeados pela Reforma e a Contrarreforma, alguns filósofos europeus procuraram encontrar uma alternativa ao fanatismo religioso, provocador das guerras. Então, estabeleceram os fundamentos teóricos para a prática da tolerância, sem uso da força contra quem fosse considerado herege. A exposição dessa nova doutrina, que defendia a compreensão mútua e o entendimento entre os cristãos, abriu caminho para o chamado século das luzes. Mas, parece que ainda hoje há resistência por alguns, imaginando que são os donos da verdade absoluta. Debruçam-se sobre ensinamentos bíblicos, e procurando traduzi-los acham que estão certos e o mundo inteiro está absolutamente errado.

E, o resultado mais degenerativo é a transformação de pessoas inocentes em prosélitos fanáticos, entre tantos, pessoas inteligentíssimas perdem a oportunidade de conhecerem o sentido religioso que é conhecer a ciência espiritual e praticar a religiosidade sem se deter em dogmas e conversas de pregadores despreparados e ambiciosos, no entanto são questões que precisamos compreender, dado o grau de compreensão das pessoas. A implantação do Estado laico, desconectado das religiões permitiu a existência e convivência debaixo do mesmo governo, das diversas igrejas, credos e pessoas.

Em 1670, o Filósofo Spinoza percebeu que a luta religiosa não passava de um pretexto que alguns homens usavam para ocultar suas ambições de poder e de domínio, visto que os teólogos estavam preocupados em extorquir Livros Sagrados para satisfazer as suas próprias fantasias e arbitrariedades, em conluio com autoridades. Infelizmente hoje essa prática se repete fazendo existir complacência entre fanáticos, falsos pregadores e algumas religiões.

A argumentação de Spinoza, na verdade, não tinha nada a ver com aquilo, porque todo o mundo é ortodoxo para si mesmo, isto é, se considera o portador da verdadeira fé, o que indispõe qualquer um para com a fé dos outros. Então, é preciso evitar que uma certeza como essa degenere. A verdadeira religião não desrespeita outras religiões e crenças, não se prende à riqueza, nem ao domínio do homem ou a formação de prosélitos, ovelhas de rebanho que a tudo creem e obedecem cegamente para a satisfação de alguns falsos pastores.

Cada religião acredita ter o seu próprio portal para o céu, mas não queira determinar qual deles é o errado e quais são os certos. Que as Igrejas cuidem dos seus discípulos e, os doutrine contra os malfeitos, mas não queiram cercear a liberdade do homem, de pensar, examinar, analisar o que lhes é ensinado pelos responsáveis pelas igrejas, para que o discípulo consciente possa praticar verdadeiramente a religiosidade, amando o próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas. Sendo esse o maior ensinamento cristão entregue por Jesus aos seus Apóstolos, que até nos dias atuais estamos pelejando para praticá-lo com
amor.
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 01/01/2018
Reeditado em 05/05/2019
Código do texto: T6213851
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