LINGUAGEM MOLDE

Ó grande ambiente acadêmico! A entrada na Universidade tem moldado minha forma de pensamento. Minha estadia por aqui tem sido procurar artigos científicos para a produção de novos artigos, scielo vai, google acadêmico vem, me deparo com um amontoado de palavras bem elaboradas e pomposas para a construção textual.

Meu palavreado cheios de "tipo assim" "mar or meno" "sei lá" deram lugar a pressupostos, elucidar, emancipação e outros clichês que são repetidos a cada mudança de semestre. Inovação é uma raridade e o que se têm é um carma e tabu de criticar grandes teóricos e os deuses de uma área de conhecimento.

Sem desmerecer essa produção de conhecimento, mas esta se encontra elaborada sob uma formalidade técnica e científica muito limitada para os devaneios filosóficos, criativos e imaginativos de jovens em pleno exercício de reflexão e ação de sua área profissional. Pra que diabos de folha de rosto, apêndice, errata, epígrafe? Tudo isso é necessário para se afirmar como pesquisador científico ou prova que você é CAPAZ de adequar sua escrita nessa formatação?

Deixo aqui esse desabafo de uma jovem universitária que se encontra procurando sinônimos e tentando se adequar a uma linguagem científica até para a produção desse desabafo. E já que para ser aceitável meu texto tem que ter citação, agradeço ao O Teatro Mágico pela frase: "Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz". Nesse embalo musical Cássia Eller me ensinou que palavras são “palavras apenas, palavras pequenas, palavras, momentos”. Eis o mistério da linguagem... a Cássia já achou a pista desse segredo, o momento e o contexto em que se diz, como se diz, a quem e quando se diz. Ufa, chegamos ao fim, e só pra ter uma linguagem rebuscada pensem em uma interjeição de despedida.

Admiradora Secreta
Enviado por Admiradora Secreta em 06/01/2018
Código do texto: T6218384
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