Férias

Férias

Estamos no começo de janeiro; tenho somente mais duas semanas de férias, ou, como dizem outros, vacaciones ou vacation; já cheguei num certo ponto das férias em que se sente aquela saudade de rever os amigos e ansiedade por saber das novidades do ano – sentimentos esses que se esvaem, logo no primeiro dia de aula.

No tédio e na solidão do recesso é que se passam as idéias mais diferentes na mente; num dia desses me peguei pensando sobre a vida, nossa sociedade, e essas coisas polêmicas.

Peguei-me pensando sobre por que temos que seguir essa ‘linha da vida’ – escola, faculdade, emprego, família e, como se já não soubéssemos desde o princípio, a morte – linha essa que foi criada por outros seres-humanos não mais inteligente que nós.

Peguei-me pensando que a vida é o que quisermos que seja; não tem formato, guia, muito menos linha.

Peguei-me pensando sobre o por quê de gastarmos tanto tempo trabalhando e pensando em como ganhar dinheiro sendo que poderíamos simplesmente parar de ligar para o que alheios pensam sobre o que vestimos, comemos ou onde vivemos.

Peguei-me pensando que somos escravos do dinheiro, que trabalhamos para ele e não vice-versa.

Peguei-me cansado de pensar; fui à sala; sentei confortavelmente no sofá e liguei a televisão.

Janeiro 2018