Deus no banco dos réus
DEUS no banco dos reús
Um homem inocente pendurado em uma corda ou pregado em uma cruz, condenado por um pequeno grupo de juízes corruptos, oportunistas, venais, a serviço da burguesia. Uma multidão de fanáticos aos berros gritando por justiça e tentando convencer os incautos de que ali está um ato cruel de perseguição e sacrilégio, enquanto meia dúzia de imbecis lambuzados de intelectualidade, insistem em reescrever a cena sob a ótica do caos e a destruição da democracia e da ordem, visando atingir a consciência dos fracos com a narrativa de mostrar deus no banco dos réus.
Este deverá ser o cenário no espetáculo dantesco preparado para o próximo dia 24 de janeiro, durante o julgamento do recurso da defesa do senhor ex-presidente condenado a 9 anos e 7 meses de prisão em regime fechado. Desde os tempos do seu descobrimento até os dias de hoje, nosso país foi um barco à deriva, salvo em poucas oportunidades. Carregamos o estigma da impunidade por séculos, fomos eleitos os mais corruptos do mundo e ainda somos apresentados como os mais injustos, covardes e arbitrários. Afinal é assim que se classificam os atrozes punidores dos inocentes. E você perplexo expectador dessa ópera medieval terá a oportunidade de fazer uma avaliação do mundo novo que ajudou a construir. Por acaso sente-se traído, enganado, usurpado e ainda por cima tendo que recuar alguns anos no tempo para fazer tudo de novo? Como será o seu sono na noite do apocalipse em que a justiça dos homens colocou Deus no banco dos réus.