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A ligação, por rodovia, dos Estados de Goiás e Mato Grosso, é feita através da Ponte do Itacaiu, com extensão de 1.000 metros e fica sobre o Rio Araguaia. 
Era um domingo de sol e eu saia do meu plantão, no Posto Fiscal Itacaiu, que ficava, do lado de Goiás, próximo à ponte. Isso, na década de 80.
Como estava de folga, fui tentar pescar uns bagres, do outro lado da ponte, em companhia do pai do José Domingos Pereira (colega Fiscal Arrecadador).
Pegamos a tralha de pesca, iscas e atravessamos a grande ponte.
Do lado de Mato Grosso, observamos muitos animais selvagens, inclusive me deparei com um Veado de chifres enormes, pastando naturalmente. Recentemente, eu já havia visto muitas Capivaras e jacarés, próximo ao pequeno Lago, formado, ao lado do rio, onde iniciamos a pescaria. 
Nesse dia, observamos muitos peixinhos espada, piabinhas e outros, nadando na flor d"agua.
Um lugar lindo e preservado, na fauna e na flora.
Antes de sentar,  na beira do lago, joguei a linha com anzol, mas levei um baita susto.
Vamos lá: Quando me aproximei, um jacaré pequeno, assustado, mergulhou na água calma do lago. Com o susto, subi numa árvore por segurança, mas pra piorar, quando levantei a cabeça em um galho, havia uma cobra cipó, dependurada. Aí foi ra tibum... Assustei tanto, que caí feio dentro do lago. Meu companheiro, do outro lado: kkk... só ficou rindo de mim.
Continuei sentado no barranco, com um olho na minha linha e outro no mato, então, logo  fui enchendo a capanga com Piranhas. Parece que só tinha piranha no lago. Aí, comecei a ficar nervoso e passei a joga-las de volta pra água. Eu queria pescar um peixe grande!!...
Mas existe o ditado: "Em rio que tem piranhas, macaco toma banho de canudinho de bambu".
Meu companheiro de pesca, ficou tão nervoso, com as piranhas, mosquitos e jacarés, que voltou para o Posto Fiscal.
Eu insisti na pescaria, atravessando para o outro lado do lago, aí encontrei um coqueiro urucum e fiz uma bolinha de massinha de côco, isquei no meu anzol e joguei a linha na água.
Pra minha surpresa, fisguei um peixe Tucunaré de uns 2 quilos.
Aí, joguei as minhocas e as carnes para as piranhas e saí do lago. 
Para surpreender o companheiro, tirei minha camiseta branca e enrolei o peixão nela. Cheguei no Posto, fingi que tava triste e o velho me disse:
E aí rapaz, a Piranha mordeu sua língua?
Comecei a rir...kkk. e disse, jogando o peixe nos pés dele:
Quem mordeu minha isca, foi esse peixão aí.
Ele, humilhado, pois era mais experiente que eu, em pescaria, me alfinetou: Esse peixe tava doente? Você achou ele morto na beira do lago?
Eu disse: nasci na beira de córgo, pegando lambaris e lobós, com as mãos. Rss...kkk...
Ele, conformou e foi limpar o peixe...pra nossa janta.
Mas, o que mais me chamou atenção na época, alí no Rio Araguaia, foi as pescarias do pessoal do Posto de Combustíveis, ao lado.
Eles tinham um grande giral de madeira, alto e ali eles penduravam os grandes Peixes que pegavam. Um dia, vi dependurado, 2 peixes Filhote de uns 30 quilos cada e uma Piraiba com mais de 40 quilos.
Eles enviavam os peixes para um Restaurante em Brasilia, cujo dono era parente deles. Eram muito espertos. Mas passou... e o tempo passou.
Hoje, o Rio Araguaia não deve ter mais desses peixes, em abundância. Tem até Condomínio de casas, ao lado do Rio. É a modernidade.
Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 18/01/2018
Reeditado em 07/02/2019
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