INSANIDADE

Estava em casa com o coração na mão, não acreditava no que acabara de acontecer.

Não foi culpa a minha, não queria que terminasse daquele jeito, mas quem é que nunca teve essa ideia nos seus momentos de insanidade?

Eu precisava contar para alguém, aquilo não estava cabendo em mim, e se ficassem sabendo? Eu não queria… Eu juro.

Tentei desviar disso todos os dias, fiquei tentando bolar planos, estratégias, mas... o meu Deus, o que foi que eu fiz! Como pude?

Acalme-se, respire... Vai dar tudo certo... Isso não muda quem você é, por conta de uma fraqueza, por um momento, minutos, segundos.

Eu preciso esconder as provas, disfarçar as evidências... Todos aquele seriado que eu tanto gosto de assistir, devem servir para alguma coisa, CSI ajude-me!

Sempre tem um gênio a favor do outro lado que vai descobrir a nossa agulha no palheiro. Eu não tenho escapatória...

- Telefone -

- Triliiim!!!

- Alô?

- Oi...

- Que foi, que voz é essa? Acabou de subir as escadas? O que aconteceu?

- Não amiga, foi nada disso. Você não vai acreditar no que eu fiz…

- Raspou o cabelo?

- Não, pior!

- Raspou o cabelo e foi pelada na panificadora?

- Pior!

- Raspou o cabelo, foi na panificadora pelada agitando uma bandeira com uma estrela vermelha e gritando o nome de um molusco?

- Pior!

- Ai, não me assusta desse jeito amiga. Atropelou? Matou? Bebeu até cair, tudo de uma só vez?

- Não, não e não!

- Você não...?

- Simmm.

- Você não fez isso...!?

- Eu sei...isso cabe cadeia sem fiança. Pior que massacre.

- Se Hitler tivesse feito isso, seria pena de morte, e não somente exílio. Eu sei, estudei história.

- Estou-me sentindo péssima. Mas meus vizinhos escutaram tanto essa música, que quando eu percebi já estava cantando:

- Só surubinha de leve,surubinha de leve, com essas filhas da puta...taca bebida, depois taca a pica e abandona na rua.

Rosilayne Vasconcelos
Enviado por Rosilayne Vasconcelos em 21/01/2018
Reeditado em 26/01/2023
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