DA BARRA, ATÉ A LADEIRA DO PELÔ
 

Deixe o vento passear,
Observe as morenas e moços
Nas areias da Barra.
Deixe o vento passar.
Ele vai para Itapoã.
Vou tomar um coquetel, aceita um?
Quem sabe se ele voltar,
E no cheiro do mar, das rochas molhadas,
Algumas verde de limo,
Traga-me uma oferenda por eu o esperar.
Até sua volta.
O coquetel já subiu; está na cabeça.
As morenas desfilam
Como bonecas feitas de sonho e biquíni.
Mas ainda irei beber,
O mar verde e ouvir as gaivotas.
Comer um acarajé
Com camarão e bem pimenta, avé!
Agora é somente esperar o pôr do sol.
Viajarei então em suas cores, vibrantes.
Hoje está de um dourado fogo, que parece.
Que houve um incêndio,
Na linha do horizonte, com o mar.
E ao som de batuques irei caminhar
Nos diamantes cinza,
Que viraram ruas no pelourinho.
Subirei então a ladeira, que conta estórias antigas
Sentindo no ar o perfume dos incensos
Subindo até o céu...Saravá.

Salvador, 25 de janeiro de 2018.
Barret.