Diálogo entre O Poeta e seu Crítico em Rede Social
 
Entrou-se na rede social para verificar a interação entre os amigos reais e virtuais. Estava feliz porque em um de seus poemas houve várias curtidas e vários comentários em “up” para que o texto voltasse para cima na linha do grupo partilhado – nos fins dos anos novecentos a literatura era partilhada em folhetins; no pós-moderno, é feita em  redes sociais como ação no novo milênio.
 
Mas um comentário se distinguia dos tantos que recebera aprovação e “UPs”. Deu-se início a  um diálogo entre o poeta e a pessoa que ali se manifestou. Destas  de neurastenias  que visitam  as redes apenas para descontar suas intolerâncias e se acham o “ó do forobodó”.
 
Crítico: Eu gosto mas tem que peneirar, tem muita besteira que assinam e dizem ser poesia.
Poeta: Eu não sabia que MINERVA e APOLO havia lhe nomeado juiz para determinar o que É ou NÃO poesia, MAU HUMOR!!!
 
Crítico: Pois é! Não sei se sabe mas assim como qualquer coisa vira poesia, eu também tenho o direito de dizer o que penso.
Poeta: e eu também, sapientíssimo juíz!
 
Crítico: Ok! Estamos quites. Não sou obrigado a gostar de tudo, e sou livre para dizer o que penso.
Boa semana para vc.

Poeta: Um bom senso como etiqueta: manifeste-se dando tua opinião quando lhe dirigirem diretamente... "as palavra nuas que o silêncio veste." António Ramos Rosa deu a dica em seu verso.
 
Crítico (sentindo-se nocauteado e “com sorriso amarelo”): Se ofendeu muito com meu comentário, estou achando a minha opinião muito importante. Obrigado pela atenção.
Ame as suas poesias!

 
Suspensão de tensão entre os dois...
 
Crítico: Eu não escrevi diretamente para vc, escrevi no geral, para o grupo, os grupos.


O Poeta nada disse para deixar o crítico mal-humorado no vazio. Mas em seu soliloquio respondeu:
- Cínico! Por que não destilou seu mau humor na linha de tempo do grupo? E só porque publicou um livreto está se achando o Procusto da literatura. Deveria voltar para o ensino médio e estudar as regras de pontuação e rever como  escreveu  seu infeliz comentário. Certamente é  um destes que levanta cedo no domingo e vem para a rede social desforrar a sua  solidão. Provavelmente esta pessoa, se fosse contemporâneo ao POETA MAIOR, o teria criticado por ter versificado

“No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / tinha uma pedra / no meio do caminho tinha uma pedra.
/ Nunca me esquecerei desse acontecimento / na vida de minhas retinas tão fatigadas. /  Nunca me esquecerei que no meio do caminho / tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / no meio do caminho tinha uma pedra.” (Carlos Drummond de Andrade)
 
Na manhã de domingo havia uma pedreira metido à Everest na tela de minha plataforma virtual.
 
 
Leonardo Lisbôa
Barbacena 29/01/2018,
 
 
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Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 02/02/2018
Reeditado em 02/02/2018
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