QUANDO VIVI UMA PITADA DO INFERNO

Vivi em São Paulo na semana passada uma cena surrealista. Entrei no Metrô e senti uma pitada do que deve ser o inferno. As estações, escadas rolantes, vagões e tudo o mais entulhados de gente. Mas não da gente que estamos acostumados a ver todos os dias. Uma moçada, no entorno dos 15/18 anos, tresloucada, grande parte com cerveja ou outras bebidas na mão, em trajes sumários, as mocinhas fazendo protagonizar seus encantos de mulher sem o menor constrangimento. Parecia um grande bando de desbravadores que tudo podiam. Cantavam, berravam, faziam valer uma alegria que parecia um tanto enclausurada e que agora quebrava as casca para nascer com toda pompa. Imagino que o álcool é quem assina o salvo-conduto para agirem assim, não dando a menor bola para sessentões ou outros "tões" mais que foram espremidos e levados pela massa para onde bem quisesse. Já peguei o Metrô lotado nos habituais momentos de pico, mas abarrotado de gente nessa dimensão e nessa tresloucada alegoria nunca vi. Imaginei os pais dessa moçada, na tranquilidade do lar, não fazendo a menor ideia do circo que estavam armando e da surrealista performance que desenrolavam pra deixar Momo de cabelos em pé. Se quiser sentir na pele tudo o que descrevi aqui, vá andar de Metrô nesses carnavalescos dias. Terá um trailer dos domínios do capeta ao vivo.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 08/02/2018
Código do texto: T6248235
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