A MÁQUINA DO TEMPO

A MÁQUINA DO TEMPO

A tecnologia está aí para facilitar nossas vidas, seja quando ganhamos tempo para produzir mais ou para ter mais qualidade de vida.

Só que quanto mais tempo, mais produção, mais memória você precisa ter, senão qual o sentido de aprender algo se não armazenar e consultar? Somos autoconscientes porque acessamos a todo tempo nossa memória, sabe quando tu sente um perfume e lembra de alguma paquera, memória olfativa, quando você come um feijão caseiro e se recorda da comida da sua mãe, memória degustativa, ai que delícia! E todos os dias ao ouvir músicas da época em que era adolescente ou de um amor perdido, memória subjetiva. Estamos assim o tempo todo trazendo à tona momentos do passado, sejam eles maravilhosos ou ruins.

Num desses feriados da vida, a família se reuniu e lá estavam as crianças brincando.

No dia seguinte meu sobrinho veio até mim e começamos a conversar sobre as brincadeiras...ele contou que adorava brincar com os primos e que eles gravaram um vídeo deles brincando para reviverem a alegria de estarem juntos. Ele falou como se nunca mais fossem se ver.

Eu disse para ele não se preocupar porque eles iriam se ver de novo e que a felicidade real era mais legal que a virtual. Mas abriu precedentes na minha cabeça para várias reflexões.

Além dessas memórias gravadas em nosso cérebro, hoje graças à tecnologia temos a memória externa como o celular, pendrive, nuvem e etc. Como a estória do vídeo acima citado as atividades em forma de agenda e lembretes vão todos para o celular (o meu já é como um órgão) fora as redes sociais com tantos compartilhamentos de álbuns de fotos instantâneas, registros de localização e amigos virtuais. Legal! Só que a memória cerebral não é programada de forma proposital, é baseado na sua vivência, você não escolhe o que guardar, que é onde quero chegar.

Estamos cada vez mais vivendo no passado, com nossas memórias e querendo viver o futuro baseado no passado e o presente pouco importa.

Quando criança lembro-me de uma amiga da minha mãe, ela só saía de casa depois de ler seu horóscopo, precisava se basear naquela previsão "do futuro" para saber se o dia dela seria produtivo.

Outra curiosidade é como cuidamos da aparência com uma preocupação excessiva de não envelhecer, esse desejo de manter o máximo a juventude e a beleza.

Lendo sobre física (que amo) e claro sou leiga, com o pouco entendimento vi que com o descobrimento da viagem no tempo todas essas questões acima meio que amenizariam.

E mais uma vez, reflexões;

O físico Einstein disse que a viagem no tempo será possível se ela ultrapassar a velocidade da luz, claro que para isso seria necessário muita, mais muita energia.

Bom a questão da viagem no tempo pelo que eu li, grosseiramente falando (em uma das teorias) faria com que envelhecêssemos mais devagar. Não é como aquele filme “Clic”, que você aperta o botão do controle e muda o passado ou o outro “ De volta para o futuro”. Ainda é muito complexo.

Mas estudos explicam que indo ao espaço te daria uma boa vantagem de tempo em relação à Terra. Você envelheceria mais devagar em relação a quem está aqui na Terra.

Outros estudos mostram que talvez seja possível pegar informações binárias no futuro para ter respostas no passado. Mais ou menos como Matrix.

Mas e você?

Se envolveria com uma pessoa caso soubesse antecipadamente que ela teria uma doença degenerativa, sendo você o principal cuidador em caso de marido ou mulher?

Formaria família sabendo que poderia morrer nos primeiros anos de casado deixando sua família ou filhos desamparados?

Que loucuras as pessoas fariam diante do muito ou pouco tempo de vida?

Louco isso!

Claro que até cada um ter sua máquina do tempo no quintal vai demorar néééé...

Hoje, a minha máquina do tempo é a leitura, com os livros viajo, vivo várias vidas em uma só, sou homem, sou mulher, sou criança. Sou bicho, sou humana, estou na Terra e estou no espaço.

São muitas as teorias físicas, estamos caminhando rumo ao futuro, isso é certo! Mas uma coisa eu lhe asseguro, mesmo com você vivendo no passado, presente ou futuro, com memórias ou não, uma coisa já está provado, tudo tem um fim.

Todas as moléculas testadas nos experimentos da física morreram e isso por enquanto ninguém controla.

Então eu prefiro tentar viver o presente.

Na morte essa sim, ninguém passa a perna.

Priscila Ferrer
Enviado por Priscila Ferrer em 16/02/2018
Reeditado em 17/02/2018
Código do texto: T6255784
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